IPT desenvolve índice de degradação de sacolas

Laboratório de Embalagem e Acondicionamento do IPT realizou ensaios ao tempo com sacolas de papel, plástico, não-tecido e plástico aditivado para acelerar a degradação

sáb, 04/05/2013 - 10h08 | Do Portal do Governo

Do ponto de vista ambiental, o material mais adequado para acondicionar as compras em supermercados seria aquele que degradasse em menor tempo depois do uso? Para responder a esta e a outras questões ligadas ao tema, o Laboratório de Embalagem e Acondicionamento do IPT realizou ensaios ao tempo com sacolas de papel, plástico, não-tecido e plástico aditivado para acelerar a degradação. Para isso foi desenvolvido o projeto intitulado ‘Estudo comparativo de degradabilidade de sacolas descartáveis em intempéries naturais’ no laboratório vinculado ao Centro de Integridade de Estruturas e Equipamentos do IPT, o Cinteq, sob a coordenação da pesquisadora Mara Dantas.

Segundo o responsável pelo laboratório, Rogério Parra, as sacolas ficaram expostas às intempéries por um período de 12 meses, contemplando as quatro estações do ano, no terraço do prédio do campus do IPT que abriga o laboratório. “Decidimos fazer o campo de testes a céu aberto não por concordarmos com este tipo de descarte, mas por tratar-se da situação predominante nas áreas urbanas do País em que as sacolas nem sempre vão para os aterros assim como materiais fotodegradáveis acabam sendo enterrados. Portanto o nosso ponto de partida foi a realidade, não uma situação idealizada.” A pesquisa contou com as colaborações do Instituto Astronômico e Geofísico da USP para monitoramento ambiental, e os Laboratórios de Análises Químicas e de Papel e Celulose do IPT, e foi realizado entre maio de 2011 e abril de 2013.

O objetivo da equipe foi desenvolver uma metodologia que permitisse comparar a degradabilidade entre os materiais analisados. Os pesquisadores acompanharam o desempenho mecânico e visual das amostras submetidas a sol, chuva, frio, calor, poluição e ataques de insetos durante um ano.

“Verificamos dados como desbotamento, fragmentação, perda de resistência mecânica e massa. Não foi possível estabelecer uma vida útil porque os diversos materiais deterioraram com muita rapidez, embora não tenham se degradado completamente”, afirma ele. “Ao final do período, eles continuavam poluindo de alguma maneira, apesar de terem perdido há muito tempo a função de utilidade das sacolas.”

Comparando diversos aspectos aferidos no trabalho de campo, os pesquisadores do IPT obtiveram um inédito ‘Índice IPT de Degradação de Embalagens Descartáveis’. Parra explica que o índice, em uma escala de zero a um, identifica com exatidão os materiais mais susceptíveis à degradação em ambiente natural que são os mais próximos de um: “Na comparação das sacolas, o índice de degradação mais elevado foi obtido pelo papel (0,32), seguido do plástico (0,21), plástico aditivado com pró-oxidante (0,18) e não-tecido (0,16)”.

No futuro, novos estudos de degradabilidade poderão ter o ‘Índice IPT’ como ponto de partida, uma vez que este método não se limita à análise de sacolinhas de supermercado, mas pode ser aplicado a qualquer tipo de embalagem descartável.

Do IPT