Smarthphones, tablets, e notebooks fazem parte da vida moderna, permitindo estar conectado ao mundo a qualquer hora e em qualquer lugar. Mas, segundo o especialista Mateus Saito, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HCFMUSP, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, essa autonomia dada pela modernidade traz lesões nos dedos pelo excesso de digitação e problemas posturais.
O uso da tecnologia aumenta as chances de desenvolver dor no polegar quando comparado com usuários de celular sem internet. “Para cada clique que o polegar realiza há um movimento de extensão que, após várias mensagens, acaba por causar microlesões no tendão extensor que se inflama. A articulação da base do polegar também se inflama pelo excesso de atrito do movimento circular deste dedo”, explica Saito.
Segundo o especialista, se a pessoa faz uso dos aparelhos e os posiciona de maneira confortável para os olhos, provavelmente seu uso se torna desconfortável para as mãos e braços. Quando posicionados de maneira confortável para mãos e braços, é necessário posicionar o pescoço de uma maneira incômoda para a cabeça e coluna cervical.
A má posição da cabeça durante o manuseio dos tablets e smartphones também pode levar à fadiga de alguns músculos responsáveis pelo posicionamento adequado, além de sobrecarregar discos da coluna cervical. “A musculatura cansada dói e os discos degenerados podem evoluir para uma hérnia de disco”, alerta o ortopedista.
As dores consequentes do uso destes aparelhos podem ser tratadas com analgésicos e programa de fortalecimento e estabilização do pescoço e do dorso, através de exercícios específicos.
“Postura correta e o uso consciente são as melhores opções para usufruir das vantagens do mundo moderno sem comprometer a saúde, pois apesar da evolução estas ferramentas ainda não estão adaptadas para o uso por períodos prolongados”, finaliza Mateus.
Dicas:
– Evitar o uso de aparelhos portáteis para produção de textos longos
– Ao utilizar os aparelhos, procurar ficar numa posição de forma que haja um equilíbrio ente os olhos e as mãos
– Fortalecer os músculos com atividades físicas de estabilização do tronco, sempre sob a orientação de um profissional adequado
– Evitar ficar mais de 30 minutos na mesma posição
– Ao manusear o aparelho, distribuir a carga entre as duas mãos
Da Secretaria da Saúde