Governo do Estado e Sabesp iniciam captação de água da reserva técnica do Cantareira

Bombeamento permitirá que volume seja enviado para a estação de tratamento do sistema e depois para os moradores, comércio e indústria da Grande SP; obra foi concluída em dois meses

qui, 15/05/2014 - 12h58 | Do Portal do Governo

O governador Geraldo Alckmin acompanhou nesta quinta-feira, 15 de maio, o início da captação de águas da reserva técnica da represa Jaguari/Jacareí. A operação permitirá levar a água da reserva técnica para a estação de tratamento do Guaraú. Com isso, o nível do Sistema Cantareira será acrescido de 182,5 bilhões de litros de água, o que fará com que o nível do sistema suba 18,5% a partir desta sexta-feira, 16. O projeto de instalação de bombas para captação de águas da reserva técnica conta ainda com uma segunda etapa de equipamentos em fase de instalação na represa Atibainha.

“O Governo de São Paulo não está esperando São Pedro para resolver o problema da seca. Nós estamos trabalhando 24 horas por dia com todo o empenho, engenharia e técnica para garantir o abastecimento de água à população. Para isso, inúmeras medidas foram tomadas e eu quero iniciar agradecendo a população da Região Metropolitana de São Paulo, que tem aumentado, mês a mês, o uso racional da água. Chegamos à primeira quinzena de maio com um índice de 84% de redução no consumo”, afirmou Alckmin.

A reserva técnica é o volume que está abaixo do nível mínimo da estrutura de captação de água nas represas. O complexo de bombas fará a elevação da água até o nível das estruturas de captação, para que possa ser aproveitada.

O conjunto é composto por 17 bombas flutuantes. A função delas é retirar o volume de água abaixo da comporta de captação das represas e encaminhá-lo aos túneis, seguindo o trajeto normal até a Estação de Tratamento de Água Guaraú, na zona norte de São Paulo. Na estação, a água recebe tratamento dentro dos rígidos padrões de qualidade seguidos pela Sabesp. A água distribuída à população respeita a portaria 2.914 do Ministério da Saúde e é analisada nos laboratórios da companhia, que seguem as normas NBR ISO/IEC-17025 e são certificados pelo Inmetro.

O volume da reserva técnica é formado pela mesma água do atual volume útil do sistema. A reserva técnica já é utilizada pelas cidades da região de Campinas para abastecimento, já que é a água desse volume que é liberada das represas pelos rios que seguem até a região.

As obras de instalação das bombas foram iniciadas em 17 de março. Os trabalhos para o aproveitamento da reserva técnica se desenvolveram nas represas Jaguari/Jacareí, em Joanópolis, e Atibainha, em Nazaré Paulista. Para a captação, foram construídos dois canais, que somam 3,5 quilômetros de extensão. Foram dois meses de obras e um investimento de R$ 80 milhões.

O volume de água que estará à disposição para abastecimento público é de 182,5 bilhões de litros. A reserva total é de 400 bilhões de litros. Esse recurso será utilizado para abastecer a população da Região Metropolitana de São Paulo por período estimado até março de 2015. Em caso de as chuvas voltarem à normalidade, o uso da reserva técnica deverá ser suspenso, com retorno ao modelo de captação anterior.

Sistema Cantareira

O Sistema Cantareira responde pelo abastecimento de cerca de 9 milhões de habitantes, trata em média 32.560 litros por segundo, representando 47% da água distribuída na Grande São Paulo e 65% da demanda da capital paulista. A reservação proporcionada pelo Sistema Cantareira ainda libera, no mínimo, 3.000 litros por segundo para as regiões de Campinas e Piracicaba.

O ano hidrológico 2013-2014 apresentou índices pluviométricos fortemente desfavoráveis na bacia de contribuição do Cantareira. Foi a pior seca desde que as medições dos institutos de meteorologia começaram, há 84 anos. Em dezembro de 2013, foi registrado índice 72% menor que a média. Em janeiro e fevereiro, choveu cerca de 65% menos que o normal. Por sua vez, a estiagem veio associada a temperaturas médias elevadas, as mais altas registradas nos últimos 70 anos.

Para superar esta situação atípica, a Sabesp tomou uma série de medidas visando à redução do uso das represas do Sistema Cantareira. Destacam-se a implantação do programa de bônus para os clientes que reduzirem consumo em percentual superior a 20% e as transferências de vazões dos sistemas Guarapiranga e Alto Tietê para a área de influência do Sistema Cantareira. Com o resultado destas ações, a vazão de água produzida no Sistema Cantareira caiu de 31.770 L/s (fevereiro/14) para 23.180 L/s (maio/14).

Em paralelo, a Sabesp concebeu o projeto para aproveitamento dos 182,5 bilhões de litros da reserva técnica das represas Jaguari/Jacareí (município de Joanópolis) e Atibainha (município de Nazaré Paulista). Este volume equivale a 1,3 vez o total de água da represa Guarapiranga.

Reserva técnica

Reserva técnica é a denominação do volume de água das represas que fica abaixo da cota mínima de captação (cota zero). Na represa Jaguari/Jacareí, é o volume de água situado abaixo da cota 820,80 da tomada de água do Túnel 7, que faz a transferência de água para a represa Cachoeira. Na represa Atibainha, é o volume de água situado abaixo da cota 782 da tomada de água do Túnel 5, que faz a transferência de água para a represa Paiva Castro.

As obras na represa Jaguari/Jacareí consistem na construção de barragem de 80 m de largura próxima à tomada de água do Túnel 7, para reservação da água captada da reserva técnica, mantendo-se assim a transferência de água para a represa Cachoeira.

Através de conjuntos motobombas fixados em flutuadores serão captados 105 milhões de m³ da represa, escoados por gravidade através de canais laterais, até a tomada de água do Túnel 7.

Na represa Atibainha, serão captados mais 77 milhões de m³ de água. A água elevada pelos conjuntos motobombas até uma caixa de dissipação será escoada por gravidade através de um canal de 890 m de comprimento desaguando em ponto no canal de captação do Túnel 5. No local, foi construída barragem de 100 m de largura onde a água represada vai manter a vazão transferida pelo Túnel 5 para a represa Paiva Castro.

Ao todo, a captação da reserva técnica exigiu um investimento de R$ 80 milhões e visa garantir a continuidade da transferência de água entre as represas do Sistema Cantareira e a normalidade no abastecimento aos 9 milhões de habitantes da RMSP que dependem da água deste Sistema.

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