A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) assinou Protocolo de Cooperação Técnica com a República de Angola, com objetivo de estabelecer intercâmbio de experiências na formulação e execução de programas habitacionais. O evento aconteceu nesta sexta-feira, 22 de março, no Palácio dos Bandeirantes.
Brasil e Angola enfrentam problemas urbanos semelhantes. O Governo do Estado de São Paulo, por meio da CDHU, tem sido referência internacional em projetos de urbanização com soluções construtivas sustentáveis e trabalho social integrado nas comunidades atendidas. Com o protocolo, toda essa experiência e conhecimento técnico poderão ser repassados ao país africano, auxiliando-o na busca de soluções habitacionais para as áreas de intervenção do Gabinete Técnico de Reconversão Urbana do Cazenga, Sambizanga e Rangel (GTRU-CSR).
Durante o evento, o presidente da CDHU, Antonio Carlos do Amaral, afirmou que a troca de experiências entre o governo paulista e o angolano mostra a preocupação do Governo de São Paulo em buscar a inserção das famílias de baixa renda na cidadania. Segundo ele, não há nada mais insustentável que a miséria, e a CDHU neste intercâmbio está contribuindo com a sustentabilidade mundial. Já o diretor geral da GTRU-CSR, Bento Soito, destacou que todos os grandes projetos sociais em seu país sempre passam pelo Brasil e que o acordo celebrado em São Paulo representa mais um grande avanço para o povo angolano.
A reconversão urbana de uma região no anel periférico de Luanda, com cerca de 54 km² e aproximadamente 2,1 milhões de habitantes, tem sido o foco de atuação do GTRU, entidade criada em 2010 pelo governo de Angola. A área integra o município de Cazenga e os distritos urbanos de Sambizaga e Rangel, na província da capital angolana. Atualmente, o local é desprovido de infraestrutura, equipamentos e serviços, devido ao crescimento desordenado.
“Com essa inciativa, o Estado de São Paulo amplia sua visibilidade no âmbito da cooperação com os países africanos, promovendo o intercâmbio de experiências de política social, com componentes de gerenciamento de projetos urbanos e de inovação tecnológica no campo da construção civil”, afirmou Antonio Carlos do Amaral Filho.
O assessor especial para Assuntos Internacionais do Governo de São Paulo, Rodrigo Tavares, afirmou que as lições aprendidas por São Paulo estão disponíveis para todos os países em desenvolvimento. “Se nossos programas de habitação são vistos como referências internacionais, o Governo naturalmente partilha a sua experiência com outros países que enfrentam desafios”, disse.
Está prevista a realização de feiras em Angola e no Brasil com o objetivo de difusão das tecnologias e aplicações dos materiais e componentes de construção utilizados em São Paulo e em Angola.
A assinatura do acordo prevê, em no máximo 30 dias, a criação de um Grupo de Trabalho formado por três representantes de cada parte. Eles vão propor e gerir as ações do protocolo, analisar possíveis convênios, divulgar as ações da cooperação, recomendar a adesão de outras instituições, entre outras atividades.
Da CDHU
