Navio Alpha Crucis, comprado em parceria pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pela Universidade de São Paulo (USP).
O início da operação do navio, no segundo semestre deste ano, aumentará a competitividade da ciência brasileira em oceanografia
O navio estará disponível a pesquisadores do Brasil e da América Latina, em especial aos participantes de programa de pesquisas da Fapesp
O governador Geraldo Alckmin inaugurou nesta quarta-feira, 30 de maio, o novo navio oceanográfico brasileiro, Alpha Crucis, comprado em parceria pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e pela Universidade de São Paulo (USP).
“Esse é mais um fruto dessa ótima parceria entre a Fapesp e a USP, que além do Alpha Crucis, que está sendo entregue hoje, também terá o Alpha Delfini, um navio novinho, um pouco menor, que será entregue em breve para que nos possamos aprofundar as nossas pesquisas oceanográficas”, afirmou o governador durante o evento.
O início da operação do navio Alpha Crucis, no segundo semestre deste ano, aumentará a competitividade da ciência brasileira em oceanografia. Com mais autonomia para permanecer em alto-mar e capacidade de transportar equipes maiores de pesquisadores, com especialistas de várias disciplinas, a embarcação vai incrementar pesquisas no país e propiciará o desenvolvimento de mais projetos colaborativos entre cientistas atuantes na área, no Brasil e em países que realizam estudos no Atlântico Sul – um dos oceanos menos conhecidos do mundo.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP, adquiriu o navio (então chamado Moana Wave) da Universidade do Havaí, em 2010, por meio do Programa Equipamentos Multiusuários (EMU), uma das modalidades do Programa de Apoio à Infraestrutura de Pesquisa no Estado de São Paulo, mantido pela Fundação desde 1995. O projeto para compra da embarcação – hoje batizada com o nome da estrela que representa São Paulo na bandeira do Brasil – foi apresentado pelo Instituto Oceanográfico (IO-USP) em 1º de março de 2010. O instituto será responsável pela gestão do uso e pela manutenção do navio.
O processo de aquisição nos Estados Unidos, de reforma e transferência do navio para o Brasil durou 15 meses, até 29 de março, quando o Alpha Crucis iniciou a viagem de 43 dias até o Porto de Santos. O custo final do navio foi de US$ 11 milhões, entre recursos da FAPESP e da USP.
O projeto para equipar o Alpha Crucis tem concepção moderna e foi planejado para também atender necessidades de pesquisas em biodiversidade e mudanças climáticas. Com 64 metros de comprimento por 11 de largura, a embarcação tem dois motores e um sistema que permite que ela fique parada em alto-mar para pesquisas sobre correntes marinhas. Entre outros instrumentos instalados estão uma ecossonda multifeixe, que permite fazer o levantamento do relevo do fundo do oceano, dois sistemas acústicos para medição de correntes marinhas, uma estação meteorológica completa e uma sala de computadores para integrar dados que poderão ser usados pelos cientistas durante as expedições.
O navio estará disponível a pesquisadores do Brasil e da América Latina, em especial aos participantes do Programa FAPESP de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais e do Programa Biota-FAPESP. A autonomia da embarcação para permanecer em alto-mar por até 40 dias, sem reabastecimento, é essencial para estudos sobre a biodiversidade marinha em áreas mais afastadas do continente e sobre o papel do Atlântico Sul no clima atual e do futuro, no planeta. Outros focos de pesquisa são a biotecnologia e o planejamento para instalação de plataformas de petróleo da camada do pré-sal.
Da Fapesp
