Governador Alckmin inaugura, no Brás, sede da SP Escola de Teatro

Investimento do Estado foi de R$ 5,4 milhões no restauro do edifício histórico; espaço irá oferecer cursos, projetos especiais e um teatro

seg, 03/07/2017 - 12h43 | Do Portal do Governo

Na manhã desta segunda-feira, 3 de julho, o governador Geraldo Alckmin, acompanhado do secretário da Cultura do Estado, José Luiz Penna, inaugurou oficialmente a nova sede da SP Escola de Teatro. O local passou por dois anos de reforma, restauro e requalificação de áreas complementares. Durante o período de reformas no Brás, a SP Escola de Teatro ocupou, além da Sede Roosevelt, que continuará recebendo atividades, dois outros imóveis: um na Rua Marquês de Itu e outro na Rua Rêgo Freitas, ambos na região central de São Paulo.

“Restauramos um edifício com mais de um século, tombado pelo Condephaat e de grande importância arquitetônica e histórica. Mas, o mais importante, a SP Escola de Teatro forma 2 mil profissionais para trabalhar nas mais diversas áreas do teatro por ano e mais de 70% já sai empregado”, destacou o governador.

Para José Luiz Penna, a mudança é positiva e marca a intenção da pasta de fortalecer cursos de formação cultural. “É muito importante que a Secretaria, por meio da nova sede da SP Escola de Teatro, ofereça mais oportunidades de cursos para jovens aprendizes. E é uma satisfação estarmos em um prédio histórico e tombado na zona leste da capital”.

Localizado na Rua Rangel Pestana, no bairro do Brás, o edifício guarda memórias do período da Primeira República, que promoveu um novo sistema educacional, com inúmeras formas de organização de ensino, entre elas, as chamadas Escolas Normais. A proposta pedagógica do período se refletia na arquitetura das escolas: projetado em 1911 pelo engenheiro e arquiteto Manuel Sabater, o prédio recebeu a missão de expor a importância das novas instituições provenientes do esforço republicano em propagar o ensino público.

A Escola Normal do Brás foi inaugurada em 1913 e era exclusivamente feminina. A arquitetura é baseada no Ecletismo, estilo característico do primeiro quarto do século XIX que compreendia a somatória de produções arquitetônicas como o Clássico e o Art Nouveau e era sinônimo de progresso.

Durante a reforma, foram realizados reparos das infiltrações nas paredes, restauro das esquadrias, troca de vidros e pintura, restauro do piso e do forro, readequação do sistema de combate a incêndio, entre outros reparos. A obra também trouxe novidades: a adequação das normas de acessibilidade, incluindo a instalação de elevadores acessíveis e a construção de um auditório, que será usado como teatro.

Como sede da SP Escola de Teatro, o novo espaço terá parte de sua estrutura dedicada aos Projetos Especiais, que reúnem as residências artísticas – grupos de teatro que ocupam a Escola para criar e trocar experiências com aprendizes – e peças de teatro em temporada. Também vão migrar para o prédio histórico os Cursos Regulares, os de Extensão e os de Circo, além da biblioteca e o setor administrativo. Paralelamente, a sede da Praça Roosevelt funcionará como um espaço de encontro e de ensino, abrigando aulas técnicas de iluminação e sonoplastia em estúdios.

O teatro é acessível, tem capacidade para 148 lugares e será usado para uso interno dos aprendizes, cumprindo o papel pedagógico da Escola. Com o tempo, é possível que o espaço passe a abrigar também os espetáculos resultantes das residências artísticas.

Para celebrar a inauguração, a Escola lançou o projeto Ocupa Brás, voltado para companhias teatrais e circenses. O objetivo é ceder espaço e sua estrutura para que coletivos artísticos possam trabalhar novos espetáculos, exercícios e até mesmo criações. Neste momento, a sede é base da residência artística do projeto “Nos Trilhos Abertos de um Leste Migrante”, uma investigação sobre território e migração, desenvolvida pelo Coletivo Estopô Balaio. Para o segundo semestre, estão previstas as residências criativas de dois espetáculos e a oficina “Dramaturgia para Mulheres Imigrantes”, da Cia. Obsessiva. Para se inscrever no Ocupa Brás, os grupos precisam enviar propostas para o e-mail residencias@spescoladeteatro.org.br.

Inaugurada em 2010, a SP Escola de Teatro surgiu em meio ao crescimento da produção teatral e do número de salas de espetáculos no país, como uma forma de democratizar o acesso da população à formação artística. O espaço oferece cursos de formação (regulares e de extensão) em teatro, incluindo disciplinas como Atuação, Cenografia e Figurino, Direção, Dramaturgia, Humor, Iluminação, Sonoplastia e Técnicas de Palco para 400 pessoas por ano, além de cursos livres de extensão. Desde sua inauguração, mais de 2 mil aprendizes passaram pela Escola. Somente em 2016, a Escola recebeu 86 artistas convidados, 4 artistas residentes e ofereceu 27 cursos de extensão.

Mais história

O engenheiro Manuel Sabater foi responsável, a partir de 1910, por importantes projetos de grupos escolares realizados na capital e em grandes cidades do interior. O mesmo projeto da Escola Normal do Brás previa outro prédio semelhante para o Grupo Escolar de Santos, também referência histórica na cidade. Por esse motivo, ambas as escolas possuem a mesma linguagem arquitetônica no que diz respeito às fachadas e plantas praticamente iguais.

Com valor histórico inegável na paisagem da cidade e na evolução educacional do Estado de São Paulo, o edifício do Brás foi tombado pelo Conselho do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) em 1988. O mesmo processo tombou outras 122 escolas públicas da capital e do interior.

Em 2004, o espaço foi transferido da Secretaria da Educação do Estado para a Secretaria da Cultura do Estado.

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