Fatec Carapicuíba cria jogo de smartphone para deficientes visuais

Game traz personagem cego que precisa se adaptar a um mundo futurista; profissionais da Fundação Dorina Nowill testaram funcionalidades do aplicativo

seg, 18/04/2016 - 12h15 | Do Portal do Governo

Com o objetivo de ajudar na inclusão do deficiente visual no mundo dos games digitais, estudantes da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Carapicuíba criaram um jogo para smartphone com recursos específicos para serem utilizados por cegos e pessoas com baixa visão. O jogo Novos Olhos tem como diferencial o detalhamento do áudio, feito em 3D (reproduz a sensação de sons escutados num ambiente virtual, dando a ideia de terceira dimensão), para melhor ambientação do jogador no cenário.

Idealizado pelos alunos do curso superior de Jogos Digitais, Afonso Rogatti de Melo, Giovanna Fracasso da Silveira, Rafael Henrique Gonçalves Freire, Rodrigo Domingues da Silva e Solange Aparecida Domingues, o trabalho foi desenvolvido sob orientação do professor Tarcísio de Souza Peres.

Novos Olhos conta a história de André, um rapaz cego que foi congelado e acordou num futuro distante. Ele precisa se adaptar às tecnologias e condições do novo mundo. O jogador controla as ações do protagonista e o ajuda em sua adaptação, concluindo cada fase do treinamento.

O game apresenta imagens sem brilho projetadas para uma melhor assimilação do deficiente com baixa visão. O jogador utiliza o toque na tela para mover o personagem e o acelerômetro para guiar sua direção, que pode ser orientada pelos sons emitidos durante as ações. O jogo está disponível para plataforma Android e pode ser baixado gratuitamente na internet.

“Foram feitas sugestões para a melhora da jogabilidade, facilitando a interação da pessoa com diferentes graus de deficiência visual”, afirma o aluno Rafael Freire. O estudante explica que, apesar de o mercado de aplicativos estar em expansão, existem poucos jogos voltados ou adaptados para cegos – e todos são importados.

“Normalmente, o deficiente visual precisa romper uma ‘barreira’ e encontrar alguma forma de se adaptar ao jogo. Nossa proposta faz o caminho inverso ao estabelecer um formato para inserir um público que tem pouco acesso a esse tipo de entretenimento”, ressalta.

Profissionais e um paciente da Fundação Dorina Nowill para Cegos, respeitada instituição para o auxílio a deficientes visuais no país, testaram e avaliaram as funcionalidades do aplicativo.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem no Brasil 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, das quais 506 mil são totalmente cegas.

Do Centro Paula Souza