Etec de Matão cria cama automatizada para melhorar qualidade de vida de pacientes

O desconforto de pacientes acamados por longo tempo e os esforços exigidos de enfermeiros e cuidadores para a realização dos movimentos motivaram a criação do projeto

seg, 14/03/2016 - 9h12 | Do Portal do Governo

O desconforto de pacientes acamados por longo tempo com as constantes mudanças de posição, necessárias para prevenir escaras, e os esforços exigidos de enfermeiros e cuidadores para a realização desses movimentos, motivaram a criação de um projeto que pode resolver ambos os problemas por meio da automação. A cama com dispositivo que facilita a mudança de posição propõe dar mais comodidade e autonomia ao doente, ao mesmo tempo que alivia a carga sobre os profissionais de saúde.

A ideia surgiu no primeiro semestre de 2015. À época alunos do terceiro módulo do curso técnico de Enfermagem da Escola Técnica Estadual (Etec) Sylvio de Mattos Carvalho, de Matão, Beatriz de Souza e Renan Cristiano Quaresima cumpriam estágio em instituições de saúde e, na prática, puderam vivenciar essas dificuldades. Reposicionar o enfermo exige, muitas vezes, o apoio de dois funcionários. Entre as técnicas utilizadas está o uso de um lençol para mover a pessoa acamada. Esse e outros procedimentos, repetidos várias vezes ao dia, expõem os atendentes a riscos ergonômicos e consequentes doenças do trabalho. Sem falar, claro, no desconforto do paciente.

Sob a orientação da professora Angélica Augusta Camargo, com a ajuda dos colegas do curso técnico de Mecânica e de material como sucata encontrada na própria Etec, os futuros técnicos em enfermagem começaram a trabalhar na adaptação de uma cama hospitalar, na qual foi instalado um motor de portão, que move uma esteira de forma moderada, levando cuidadosamente o paciente à nova posição. A ação é iniciada por um dispositivo eletrônico de fácil acesso, que pode ser acionado tanto pelos atendentes como pelo paciente. Ao todo, alunos e professores investiram R$ 2 mil, sendo R$ 1,2 mil no motor.

Novo protótipo

Os esforços compensaram e o projeto foi vencedor da 9ª Feira Tecnológica do Centro Paula Souza (Feteps), realizada em outubro do ano passado. O próximo passo, segundo Beatriz, é conseguir patrocínio para a construção de um modelo mais viável. Uma cama em alumínio, por exemplo, seria mais leve e resistente, o que permitiria a instalação de um motor de maior potência. O protótipo atual, além da aparência rústica (foi feito em ferro cru), suporta até 70 kg. Com o novo modelo que imaginam, diz a ex-aluna, seria mais fácil conseguir o apoio de investidores para viabilizar a produção e a comercialização do produto.

A professora Angélica continua a apoiar e defender o projeto. “Como enfermeira acho esse trabalho incrível, realmente inovador”, diz. Os autores buscam conseguir apresentar o projeto a empresários do setor de saúde. Um dos caminhos escolhidos é a Agência de Inovação Inova Paula Souza, que apoia principalmente startups criadas por alunos das Etecs e Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatecs).

Do Centro Paula Souza