A histórica Estação da Luz da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) recebe a obra da artista alemã Charlotte Posenenske, que integra a 30ª Bienal de Arte de São Paulo. Desde março, os organizadores do evento e técnicos da CPTM vêm planejando a instalação da obra, que precisou do aval dos órgãos de preservação do patrimônio histórico (Iphan, Condephaat e Conpresp), em função de a estação ser um bem tombado.
Selecionada para ser exposta na Estação da Luz, a obra faz parte da série DW Vierkantrohre. Composto por tubos metálicos quadrados, o trabalho de grande porte mobilizou uma equipe para executar o delicado processo de içamento da peça que, desde o último sábado (1), está suspensa no alto da gare, acima da passarela central.
As instalações da artista eram feitas para espaços públicos com o intuito de tornar sua arte acessível a todos. “A escolha da centenária estação levou em conta esse perfil da artista, uma vez que o local recebe diariamente milhares de pessoas entre os usuários do sistema e turistas que incluem o local como ponto de visitação”, explica o gerente de Marketing e Relacionamento da CPTM, Sérgio de Carvalho Júnior.
Com o objetivo de despertar a atenção do público para a Bienal de Arte, esta edição contará com várias intervenções urbanas em diferentes pontos da capital paulista. Até dezembro, os paulistas e turistas de diversas regiões terão a oportunidade de visitar o trabalho da artista alemã.
Sobre a artista
Charlotte Posenenske nasceu em 1930 em uma família judia. Após a guerra, estudou arte com Willi Baumeister, que a apresentou ao Modernismo. Ela tornou-se particularmente interessada nos trabalhos de Cézanne e Mondrian.
Posenenske estava entre os principais artistas da Alemanha na década de 1960, período em que minimizou o uso de cores e formas em seus trabalhos e o seu interesse pelo construtivismo cresceu. Nesta época começou também sua obra escultórica. A DW Series é parte do conjunto composto por tubos quadrados, exibido pela primeira vez em 1967. Os tubos quadrados são construções modulares formados por 4 ou 6 elementos padronizados que podem ser parafusados em combinações diferentes.
Em 1968, depois de chegar à conclusão de que a arte não poderia ter um impacto político suficiente para chamar a atenção para as desigualdades sociais, Posenenske deu um passo radical e desistiu de atuar como artista. Assim, passou a estudar sociologia e trabalhar como cientista social até sua morte em 1985.
Da CPTM
