Dois em cada dez homens fogem do exame de toque

Pesquisa realizada no Hospital do Homem, maior serviço público de urologia do Estado, aponta que 3 mil pacientes rejeitaram avaliação que pode detectar precocemente câncer de próstata

qui, 03/05/2012 - 11h19 | Do Portal do Governo

Levantamento do Centro de Referência em Saúde do Homem, unidade da Secretaria de Estado da Saúde na capital paulista, aponta que 20% dos pacientes não permitiram que o médico urologista realizasse o exame físico retal, popularmente chamado de toque.

Em 2011, mais de 15 mil homens com idade entre 45 e 70 anos passaram em consultas médicas com os grupos de oncologia e patologias da próstata no ambulatório de urologia do hospital. Deste total, cerca de 80% já conheciam o exame e sua importância na detecção precoce do câncer de próstata, e aceitaram a atuação do especialista. Os 20% restantes, cerca de três mil pacientes, não fizeram o exame.

Já quando a análise em questão é laboratorial, via exame de sangue, o pedido é bem aceito por todos os homens. O teste de PSA (antígeno prostático específico) mede os níveis desta substância e serve como um marcador biológico no diagnóstico das doenças da próstata, como a hiperplasia benigna (aumento benigno do órgão) ou o câncer de próstata.

Os especialistas relacionam o resultado da pesquisa a questões culturais, que ainda associam o homem ao único provedor da família, forte e imune às doenças. “Não é só preconceito e medo de perder a masculinidade com o exame. O homem não se sente à vontade quando perde a sua posição de chefe da família para cuidar de sua própria saúde e iniciar tratamentos médicos”, ressalta o médico chefe do Centro de Saúde do Homem, Joaquim Claro.

O câncer de próstata é o mais comum entre os homens e está entre as doenças que mais os matam. O diagnóstico precoce é fundamental no combate à patologia e facilita, inclusive, o tratamento, tornando-o menos invasivo. A partir dos 45 anos a realização de um check-up anual vira obrigação para toda a população masculina.

“Podemos afirmar que os homens estão mais conscientes e, por influência da esposa e dos filhos, buscam mais ajuda médica. Mesmo assim, eles ainda vivem menos do que as mulheres. Nosso trabalho é acabar com a insegurança criando uma relação de confiança com estes pacientes”, exemplifica Cláudio Murta, médico coordenador do serviço de urologia do hospital.

O Centro de Referência em Saúde do Homem é administrado pela organização social de saúde “Associação Paulista de Desenvolvimento da Medicina” (SPDM).

Da Secretaria da Saúde