Cresce número de doadoras e captação nos bancos de leite humano do Estado

Com o objetivo de aumentar as doações no inverno, a Secretaria da Saúde convida as mães que estão amamentando para doarem o leite excedente

seg, 21/05/2018 - 15h12 | Do Portal do Governo

Em meio às comemorações do Dia Mundial de Aleitamento Materno, realizado no dia 19 de maio, a Secretaria de Estado da Saúde divulgou balanço que aponta aumento significativo no número de doadoras de leite materno e na quantidade de litros captados na rede de bancos de leite humano (BLH) do Estado.

De 2016 para 2017, houve crescimento de 10,5% no número de doadoras e de 8,9% de captação de litros de leite coletados. No ano passado, os BLHs paulistas tiveram 39.729 doadoras, 3.786 a mais que no ano anterior. Consequentemente, foi possível coletar 51.225 litros de leite materno, 4.187 litros a mais que em 2016.

Embora tenha ocorrido aumento no total anual, as doações tendem a diminuir devido aos períodos de inverno e de férias escolares. Com o objetivo de aumentar as doações, a pasta convida as mães paulistas que estão amamentando para doarem o leite excedente às maternidades e Bancos de Leite do Estado.

O Estado de São Paulo possui a maior rede de bancos de leite do país. Conta, hoje, com 59 bancos de leite e 38 postos de coleta. Neste ano, comemora-se também o aniversário de 50 anos do primeiro banco de leite inaugurado no Estado, que está localizado no Hospital do Servidor Público Estadual – IAMSPE (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo).

A rede paulista de BLHs possui duas unidades coordenadoras, que são o Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, responsável pelas unidades da capital e Grande São Paulo, e o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, responsável pelas unidades do interior e litoral.

“Neste inverno, contamos com a colaboração das mães em fase de amamentação e aptas para doarem leite excedente, pois, apesar do aumento nos índices de coleta e doadoras no último ano, o clima frio e as férias interferem na ida das pacientes aos bancos, o que consequentemente pode diminuir nossos estoques”, afirma a coordenadora do banco de leite da maternidade Leonor Mendes de Barros, que é uma das principais referências estaduaisAndrea Spínola.

Toda mulher que alimenta seu filho exclusivamente com leite materno e, mesmo assim, tem sobra, pode ser uma doadora. Basta ser saudável e não fazer uso de qualquer tipo de medicamento. Amamentar é um ato de amor, e doar o leite que sobra é uma forma de compartilhar e multiplicar esse sentimento. O melhor é que essa atitude solidária pode ser mais simples do que se imagina.

“O período de internação de um prematuro é longo para que ele ganhe peso e maturidade pulmonar, e geralmente não há condições de ele mamar em suas próprias mães. O Banco de Leite é essencial para essa recuperação e fortalecimento do recém-nascido”, afirma Tereza Maria Isaac Nishimoto, pediatra responsável pelo Banco de Leite do HGA.

Como funciona a doação

O principal critério para ser doadora é a mãe estar amamentando, saudável, produzindo volume excedente de leite e não utilizar nenhum medicamento que impeça a doação.

“Aqui no banco de leite do Hospital Guilherme Álvaro nós recebemos de 30 até 40 litros de leite por mês. A paciente tem que se dirigir à unidade para fazer o cadastro e retirar o kit. Após isso, a equipe retira o leite na residência da pessoa”,  relata o diretor técnico de Saúde do Hospital Guilherme Álvaro, de Santos, o professor universitário e médico infectologista Ricardo Leite Hayden.

O procedimento é simples: basta comparecer a um banco de leite, onde recebe as orientações necessárias. As interessadas devem preencher um cadastro e apresentar exames laboratoriais de sorologia realizados nos últimos seis meses. Normalmente, os bancos oferecem serviços de busca em domicílio e também disponibilizam um kit (com gorro, máscara e frascos de armazenamento) para garantir a alta qualidade do alimento doado.

“Meu filho recebeu o leite aqui do Hospital Guilherme Álvaro. Aqui é referência para todas as mães que não conseguem amamentar seus filhos, espero que o Hospital continue sempre nos ajudando”, disse Priscila Gomes Ribeiro, paciente do Hospital.

Para as mulheres, a doação de leite evita empedramento das mamas e ajuda na recuperação da forma física. Existem mais de 50 bancos de leite em todo o Estado de São Paulo. A lista completa pode ser consultada no site http://www.redeblh.fiocruz.br.

Da Secretaria da Saúde