O Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) tombou, no dia 18 de março, a Escola Ferreira Penteado, em Campinas. A decisão do conselho protege o prédio que abrigou a antiga escola, projetada pelo arquiteto Ramos de Azevedo em 1880. Atualmente, o imóvel é ocupado pelo Serviço de Acolhimento e Referenciamento Social da Secretaria Municipal de Assistência Social.
O tombamento inclui o lote e o prédio, sendo que a partir de agora todas as intervenções, restaurações e reformas deverão ser avaliadas e autorizadas pelo conselho do Condephaat antes de serem realizadas. A medida impede que o imóvel sofra alterações em suas características arquitetônicas originais, preservando não só a construção, mas também sua importância histórica.
Popularmente conhecida como “Escola do Povo”, a construção de 1880 é uma das primeiras do arquiteto Ramos de Azevedo (1851-1928), que se estabeleceu em Campinas ao retornar da Bélgica, onde concluiu o curso de arquitetura. Trata-se de um prédio simples, de proporções modestas. A ornamentação segue a mesma simplicidade, com detalhes neoclássicos na fachada central, pequenas colunas entre os vãos das duas janelas frontais, folhas de acanto e massa de revestimento riscada para imitar o efeito de pedras.
Ramos de Azevedo construiria depois outros importantes prédios em São Paulo, incluindo o edifício em que até hoje funciona a Pinacoteca do Estado.
A escola foi fundada pelo fazendeiro Joaquim Ferreira Penteado com o objetivo de promover a educação básica para a população que não tinha condições de pagar pelos estudos. Essa foi uma prática comum entre 1860 e 1890, por isso a construção marca também um período histórico, em que fazendeiros e comerciantes incentivaram a formação escolar do povo, acreditando que esta seria a mola impulsionadora da ascensão social e econômica do país.
Da Secretaria da Cultura
