Bartolomeu Campos de Queirós e Suzana Montoro vencem o Prêmio SP de Literatura

Anúncio foi feito nesta segunda-feira no Museu da Língua Portuguesa; morto em janeiro, Queirós foi o vencedor na categoria Melhor Livro do Ano; o livro de Suzana foi escolhido o melhor de autor estreante

ter, 25/09/2012 - 9h02 | Do Portal do Governo

Bartolomeu Campos de Queirós, com o livro Vermelho Amargo, e Suzana Montoro, com Os hungareses, são os grandes vencedores do Prêmio São Paulo de Literatura 2012. Morto em janeiro deste ano, Bartolomeu foi o vencedor in memoriam da categoria Melhor Livro do Ano, com uma obra considerada “inesquecível” pelo júri. Já Suzana Montoro recebeu o prêmio da categoria Melhor Livro do Ano – Autor Estreante, com um texto que se destacou pela linguagem fluente e sensível. Os nomes foram revelados nesta segunda-feira, 24, em cerimônia no Museu da Língua Portuguesa.

“Esse é o maior prêmio de literatura do país. É um forte estímulo e reconhecimento aos escritores. A literatura nos melhora, aprimora a sensibilidade, nos aproxima do outro, melhora a visão de mundo”, disse o governador Geraldo Alckmin, que entregou o prêmio de Melhor Livro do Ano para Isabel Coelho, profissional da editora Cosac Naify que subiu ao palco para representar Queirós.

O Prêmio São Paulo de Literatura é promovido pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo desde 2008. Inspirado no britânico Booker Prize, é focado especificamente em romances e aberto a autores de todo o País. Este ano, por exemplo, concorreram romancistas de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Bahia. Trata-se, ainda, do prêmio literário brasileiro com o maior valor oferecido aos escritores: R$ 200 mil para cada vencedor. Atendendo ao regulamento, o prêmio destinado a Bartolomeu Campos de Queirós será entregue a seus herdeiros legais.

Seleção

Os dois vencedores foram escolhidos a partir da lista de 20 finalistas – 10 em cada categoria – por um júri final composto por cinco profissionais ligados ao meio literário: a professora Helena Bonito Couto Pereira (Letras/Mackenzie), o escritor e professor Fernando Augusto Magalhães Paixão (USP), o livreiro Lucio Claudio Zaccara, o crítico literário Fábio Lucas Gomes (membro da Academia Paulista de Letras) e o bibliotecário Djair Rodrigues de Souza.

Na justificativa pela escolha de Vermelho Amargo (Editora Cosac Naify) como o Melhor Livro do Ano, o júri considerou que o texto tem “intensa qualidade poética” e que, apesar de curto, “expressa com densidade reflexiva a vivência subjetiva do personagem principal”. No romance de Bartolomeu Campos de Queirós, um narrador em primeira pessoa revisita a dolorosa infância, marcada pela ausência da mãe e a convivência com uma madrasta indiferente, que leva o personagem e seus irmãos a desenvolver comportamentos estranhos para suprir a ausência de afeto.

Já Os hungareses (Ofício das Palavras) foi apontado como o Melhor Livro do Ano de autor estreante pelo “texto fluente e sensível, capaz de articular diferentes histórias sem perder a unidade”, segundo justificativa do júri. O romance de Suzana Montoro recupera a saga de um grupo de imigrantes húngaros tentando se estabelecer no interior de São Paulo; um dos temas centrais do livro é o processo cultural de mudança de nacionalidade. Os hungareses foi publicado com apoio do Programa de Ação Cultural (ProAC), mantido pela Secretaria de Estado da Cultura, tendo sido selecionado no edital para apoio à publicação de livros de 2010.

Histórico

Em sua quinta edição, o Prêmio já acumula mais de mil livros participantes. A lista de vencedores dos anos anteriores inclui nomes consagrados como Cristóvão Tezza (em 2008, com O filho eterno), Ronaldo Correia de Brito (2009, Galiléia) e Raimundo Carrero (2010, A minha alma é irmã de Deus), além de novos talentos como Tatiana Salem Levy, vencedora da categoria Autor Estreante em 2008 com A chave de casa.

O Prêmio São Paulo de Literatura faz parte de uma série de programas e equipamentos da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo para valorizar a produção literária, estimular novos autores e, principalmente, incentivar a leitura. Como parte da programação associada ao Prêmio, foram realizados sete encontros com os autores finalistas, sendo três na Capital e quatro no interior, nas cidades de Araraquara, São Carlos, Lençóis Paulista e Presidente Prudente.

A Secretaria mantém, ainda, a Biblioteca de São Paulo no espaço em que funcionou a extinta penitenciária do Carandiru, além de três museus com a temática literária – Museu da Língua Portuguesa, Casa das Rosas e Casa Guilherme de Almeida -, programas de apoio e capacitação às bibliotecas públicas, editais de incentivo financeiro à criação literária, saraus e publicação de obras, dentre outras ações. No total, são investidos cerca de R$ 18 milhões por ano em ações voltadas à literatura e ao incentivo à leitura.

Mais informações sobre o Prêmio São Paulo de Literatura: www.premiosaopaulodeliteratura.org.br.

Da Secretaria da Cultura