O Arquivo Público do Estado de São Paulo (Apesp) disponibilizou o inventário dos documentos da antiga Secretaria de Governo da Capitania de São Paulo (1721-1823). O arquivo tratado no inventário é sobre um dos raros acervos coloniais que mantém preservada sua ordenação original, em maços e livros, além de reunir uma rica documentação sobre a história de São Paulo, do Brasil e do Império português na América.
A Secretaria de Governo é a mais antiga repartição pública do Estado de São Paulo, criada para dar suporte aos capitães generais nomeados para governar terras distantes em nome do rei. “É um acervo de valor inquestionável para o estudo do ‘viver em colônia’ e para o conhecimento sobre a natureza, formas de organização e uso dos documentos no espaço colonial” diz Marcelo Quintanilha, diretor do Centro de Acervo Permanente do Apesp.
A equipe do Centro de Acervo Permanente trabalhou durante três anos na descrição desse conjunto, que se encontrava dentro de latas classificadas no passado como de ‘Tempos Coloniais’.
Conservado por quase um século no arquivo do antigo Palácio de Governo, onde é hoje o Pátio do Colégio, o arquivo dos capitães generais sobreviveu às intempéries que afligem todos os papéis, como umidade, pragas e risco de incêndio.
Em 2015, depois de tratado e reacondicionado em caixas especiais, o fundo da Secretaria de Governo da Capitania foi certificado como patrimônio documental brasileiro pelo Programa Memória do Mundo da Unesco.
O resultado desse trabalho permite ao pesquisador compreender e ter acesso a cerca de 97 mil documentos que tratam de assuntos diversos no âmbito da administração da capitania, como: a catequese dos índios, o monopólio de comércio, o tráfico de escravos, a exploração do sertão, a fundação de vilas e a arrecadação de tributos, campanhas militares, construção de estradas, hospitais e igrejas, entre outros temas que abrangiam um território vasto e desconhecido que se estendia até o atual Estado de Santa Catarina.
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Do Arquivo Público
