Estudantes do terceiro ano do Ensino Técnico Integrado ao Médio (Etim) de Informática da Escola Técnica Estadual (Etec) Dr. Júlio Cardoso, de Franca, criaram um equipamento que pode melhorar a vida de deficientes visuais. São óculos adaptados que emitem um sinal sonoro quando existe um obstáculo à frente. A proposta é facilitar a locomoção e evitar acidentes das pessoas com deficiência. Para chegar ao produto final, os alunos utilizaram uma programação específica com mecanismos de brinquedos eletrônicos.
Como um estímulo para o trabalho de conclusão de curso, o professor Gustavo Miranda criou uma competição. Os grupos foram chamados de times e o empreendedorismo social foi o tema escolhido para todos os projetos. Após a definição, foram cinco meses de pesquisa de campo e mais quatro de testes com os protótipos. “A ideia surgiu das dificuldades enfrentadas por uma ex-aluna da escola que é deficiente visual, além do que observamos nas ruas”, conta o estudante Renzo Franco. “Outro ponto que notamos foi a falta de acessibilidade na cidade de Franca.”
Os óculos possuem uma placa que emite sinais ultrassônicos, como se fosse o sensor de um morcego. Um som é disparado para alertar para o perigo de um obstáculo à frente, a um metro de distância. A bateria tem duração de uma semana.
Proteção
“Na pesquisa, a maior reclamação que tivemos foi o fato de que a bengala só protege o corpo da cintura para baixo. A cabeça fica exposta, o que pode causar muitos acidentes. Assim, nasceu a ideia dos óculos com o sensor que registrasse e alertasse para um obstáculo na altura da cabeça”, afirma Miranda.
A equipe já pesquisa soluções para patentear a criação. Algumas óticas procuraram o grupo para fazer uma parceria para facilitar o andamento do projeto. A intenção é criar um manual para produzir mais óculos a custos menores e atingir o maior número possível de pessoas.
Do Centro Paula Souza