Aluno da Etec de Franca é premiado por fertilizante desenvolvido a partir de resíduos de couro

O projeto do estudante Alexandre dos Santos Migliorini, de 17 anos, foi orientado pela professora Joana D'arc Félix, que também foi premiada

seg, 22/06/2015 - 12h23 | Do Portal do Governo

Alexandre dos Santos Migliorini, de 17 anos, aluno da Escola Técnica Estadual (Etec) Prof. Carmelino Corrêa Junior, de Franca, recebeu no sábado, 20, o prêmio do Conselho Regional de Química da IV Região (CRQ-IV) pelo fertilizante que desenvolveu a partir de resíduos de curtumes. A cerimônia de premiação ocorreu na sede do CRQ-IV, na capital.

O projeto do estudante foi orientado pela professora Joana D’arc Félix, que também foi premiada. No ano passado, Joana e seus alunos venceram o prêmio pelo desenvolvimento de pele artificial para uso humano, a partir da derme de porcos.

A premiação do conselho, que neste ano teve três categorias, é também uma homenagem ao Dia Nacional do Profissional da Química. Alexandre venceu na modalidade Química de Nível Médio.

Vantagens

As pesquisas do jovem, que desejava encontrar uma maneira de reduzir resíduos do setor calçadista nos depósitos de lixo, o levaram a um fertilizante que além de ser mais barato, pode ser usado em quantidades inferiores, permite a colheita em menos tempo e tem menor impacto ambiental.

Joana aponta os números que justificam a preocupação do aluno. “Em Franca são geradas 220 toneladas de resíduos por dia. No Brasil são 3,5 mil toneladas diárias”, conta. Outro dado que torna o trabalho do estudante relevante é o fato de o País importar de 70% a 80% do fertilizante que utiliza em suas plantações.

O fertilizante organomineral sustentável desenvolvido na Etec não tem substâncias tóxicas e não utiliza ureia ou sulfato de amônio, como os produtos disponíveis no mercado. É aplicado no solo e absorvido lentamente pela planta.

Na verdade, Alexandre chegou a cinco fertilizantes, com níveis variados de nitrogênio. O produto que tem a concentração mais alta dessa substância foi o que apresentou melhor resultado para o tempo de colheita. Em teste feito com plantas como café e hortaliças foi possível realizar a colheita entre 20 e 25 dias antes do prazo habitual. “Com isso, um pequeno produtor conseguiria preços melhores na entressafra”, acredita Alexandre.

Do Centro Paula Souza