Alckmin visita Museu da Língua Portuguesa marcando finalização do restauro das fachadas

Governador acompanhou a vistoria e reativação do relógio, que também foi restaurado; reconstrução da cobertura e áreas internas continua

qua, 06/12/2017 - 14h41 | Do Portal do Governo

Na manhã desta quarta-feira, 6, o governador Geraldo Alckmin visitou as obras de restauração do Museu da Língua Portuguesa, marcando a conclusão do trabalho nas fachadas e esquadrias. Também restaurado, o tradicional relógio da torre da Estação da Luz foi reativado. As obras agora avançam para uma nova etapa: a reconstrução da cobertura do Museu e a restauração dos pátios e seus torreões.

“Talvez, se escolhermos três ícones de São Paulo, um deles seria a Estação da Luz, que é do século 19”, relembrou Alckmin. “Fizemos as estações subterrâneas interligando o trem da CPTM com o Metrô, com isso pudemos usar o prédio para o Museu da Língua Portuguesa, que recebeu quatro milhões de visitas, um dos mais visitados do Brasil”, comentou.

A obra está dividida em três etapas: após o restauro das fachadas (concluída) e da reconstrução da cobertura do edifício, restauro dos pátios e torreões (iniciada em setembro de 2017, agora em andamento), será realizada a obra do interior do prédio. Por último, terá início a instalação da museografia.

“A estação está sendo inteirinha restaurada, inclusive a parte que não pegou fogo. A cobertura de zinco já está no porto de Santos, 27 toneladas vindo do Peru”, comentou. “Teremos um museu ainda mais moderno e interativo, fortalecendo nossa cultura e a língua portuguesa”, destacou o governador.

A nova cobertura conserva a volumetria externa do edifício e ganha nova configuração em seu interior: as peças de madeira serão combinadas a cabos de aço na sustentação do telhado, que vai ser revestido com zinco, garantindo a leitura contemporânea desta intervenção no edifício, reconhecido como patrimônio histórico nacional. Será utilizada madeira certificada da Amazônia, atendendo às exigências de sustentabilidade do projeto, uma vez que o Museu da Língua Portuguesa pretende obter certificação internacional para construções sustentáveis.

“Participar do ressurgimento de um dos principais espaços da gestão estadual de cultura é um dever e um privilégio. A celebração da nossa língua, da nossa cultura, da nossa história é fundamental para o necessário sentimento de nação. Outro dado importante é o uso de madeira certificada na cobertura, garantindo a sustentabilidade da obra”, afirma o secretário da Cultura do Estado, José Luiz Penna.

O uso da madeira em grandes espessuras na cobertura é uma recomendação dos bombeiros e de especialistas, pois o material resiste melhor a incêndios do que estruturas metálicas – em caso de exposição a fogo, apenas a camada externa das peças é afetada, o que garante que a estrutura resista por mais tempo. Essa característica ficou comprovada no incêndio que atingiu o museu, em dezembro de 2015, quando a estrutura do telhado resistiu, e as peças de madeira, depois de recuperadas, puderam ser reaproveitadas.

Datada de 1946, a madeira da cobertura queimada(peroba do campo) foi utilizada na restauração das esquadrias e fachadas. Cerca de 85% da madeira necessária para a recuperação das esquadrias foi reutilizada do material já existente no edifício: dos 20m³ de madeira necessários para a restauração das esquadrias, 17m³ vieram da cobertura original do prédio.

O redesenho interno da cobertura traz mais leveza e visibilidade ao ambiente do 3º andar do Museu, também com o objetivo de evidenciar a intervenção – seguindo os princípios de intervenção em bens tombados, o visitante poderá reconhecer de imediato as temporalidades existentes no mesmo edifício.

O projeto de reconstrução da cobertura, assim como o das fachadas, também contempla ações de conservação da cobertura da Ala Oeste, que não foi atingida pelo incêndio, de forma a garantir a integração de todo o edifício.

A reconstrução foi aprovada pelos três órgãos do patrimônio histórico: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), órgão de âmbito estadual, e Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp).

A reinauguração do Museu está prevista para 2019. Durante a reconstrução, o seu acervo – o patrimônio imaterial da língua portuguesa – continua sendo celebrado por meio de atividades culturais e educativas, como as realizadas na comemoração do Dia Internacional da Língua Portuguesa, no saguão da Estação da Luz, em maio; na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), em julho; Bienal Internacional do Livro, em agosto; Festival Que Bom Retiro, em outubro, e na Festa Literária das Periferias (Flup), em novembro, no Rio de Janeiro.

O custo total da reconstrução está estimado em R$ 65 milhões. O valor de investimento da iniciativa privada no projeto será de R$ 36 milhões. O restante vem da indenização do seguro contra incêndio.

O Museu da Língua Portuguesa é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura do Estado, concebido e realizado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Tem como patrocinador máster a EDP, patrocinadores Grupo Globo e Grupo Itaú e apoio do Governo Federal, por meio da lei federal de incentivo à cultura. O IDBrasil é a organização social responsável pela gestão do Museu.

“Além da Secretaria da Cultura e da CPTM, quero agradecer as empresas que puseram vultuosos recursos no restauro, a Globo, a EDP Brasil e o Banco Itaú, além da Fundação Roberto Marinho, que tem sido uma grande parceira neste trabalho”, agradeceu.

Construção sustentável

O Museu da Língua Portuguesa está focado na obtenção do selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) na categoria Silver. O LEED é uma certificação para construções sustentáveis, concebida e concedida pela organização não-governamental americana U.S. Green Building Council (USGBC). Entre as ações previstas estão a redução do consumo de energia, coleta de água de chuva para irrigação, gestão de resíduos durante a obra e o já mencionado uso de madeira certificada.

Cerca de 85% da madeira utilizada no restauro ou reconstrução de mais de 300 esquadrias foram reaproveitadas do próprio edifício. A marcenaria instalada no primeiro andar permitiu que o material parcialmente carbonizado – peroba do campo rosa e amarela – fosse restaurado e reutilizado por uma equipe de restauradores, auxiliares de restauro, mestres de carpintaria e mestres estucadores.

Novo site

Como parte das ações para manter viva a conexão entre o Museu da Língua Portuguesa e seu público durante o período de reconstrução, foi lançado o novo site, construído com a premissa de permitir a navegação de todos os públicos – com ou sem algum tipo de deficiência –, contando com recursos de acessibilidade digital. Nele, os usuários poderão acompanhar as novidades da reconstrução, relembrar o histórico do Museu e ter contato com entrevistas e artigos relacionados à língua portuguesa.

Sobre o Museu da Língua Portuguesa

Em 10 anos de funcionamento, o Museu recebeu cerca de 4 milhões de visitantes (319 mil destes em ações educativas). Primeiro do mundo totalmente dedicado a um idioma, trouxe ao país um novo conceito museográfico, que alia tecnologia e educação. Com uma narrativa audiovisual e ambientes imersivos, permitiu aos visitantes descobrir novos aspectos do idioma, elemento fundador da cultura do país. Foi eleito pelo Trip Advisor um dos três melhores museus do Brasil e da América Latina em 2015. Sua instalação na Estação da Luz é simbólica: foi ali o ponto de chegada de imigrantes de vários lugares do mundo, com diferentes idiomas e sotaques, no coração de São Paulo – maior cidade de falantes de português do mundo.

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