Alckmin entrega restauração do prédio D. Pedro II e anuncia investimentos em Campinas

O evento também marcou o início da cerimônia de aniversário de 125 anos do IAC; investimento do Estado na obra foi de R$ 756,5 mil

qua, 27/06/2012 - 16h12 | Do Portal do Governo

Símbolo do período imperial de Campinas, o tradicional prédio D. Pedro II, do Instituto Agronômico (IAC), teve sua restauração entregue pelo governador Geraldo Alckmin nesta quarta-feira, 27. O evento também marcou o início da cerimônia de aniversário de 125 anos do IAC.

“Hoje, o IAC é responsável pelos avanços da ciência, da agronomia, da agroecologia e do agronegócio. Para onde nós olharmos, no clima, no solo, nos produtos da cana, do feijão, do arroz, do trigo, nós vamos verificar a ação do conhecimento, da pesquisa, da tecnologia e do avanço proporcionados pelo instituto”, ressaltou Alckmin.

Localizado na Avenida Barão de Itapura, o edifício é reconhecido por sua imponência e beleza, além de ser considerado um dos mais importantes patrimônios públicos de Campinas. A restauração foi iniciada em dezembro de 2011 e teve investimento de R$ 756,5 mil, disponibilizado pelo Tesouro do Estado de São Paulo. Atualmente, o prédio abriga as pesquisas na área de fertilidade de solos.

Além da fachada e do telhado, foram recuperados também a pintura do muro externo e o calçamento do parque. “Restaurar esse prédio que, podemos dizer, é a imagem do IAC, no momento em que o instituto completa 125 anos, é um tributo que se faz à excelência do que já foi desenvolvido e também uma valorização das pesquisas que ainda serão feitas”, afirma a secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi.

Projetado por Henrique Florence, em estilo art nouveau, o prédio foi construído em 1888 e possui linhas arquitetônicas próximas às do Fórum, Correios e do antigo Teatro Municipal, já demolido em Campinas. Já passou por reformas e ampliações antes de ser tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephatt). Mesmo com as modificações – que estão diretamente ligadas à evolução do IAC – mantém a fachada original há 100 anos.

O edifício foi o primeiro local a abrigar a sede do IAC. A escolha de sua localização foi estratégica: um terreno plano, próximo de um gasômetro, o que possibilitava a obtenção de gás de forma mais fácil. Campinas, na época, não possuía água e esgoto encanados.

O restauro teve o objetivo de resgatar a identidade original da construção. As etapas do restauro foram iniciadas com o processo de hidrojateamento, que consiste na aplicação de jatos de água na parede com pressão controlada. Esse processo permitiu a remoção da sujeira incrustada e também das camadas de tinta aplicadas durante o processo evolutivo, o que facilitou a recuperação da cor original.

Já a pintura foi feita à base de tinta mineral. Na época da construção, foi utilizada pintura à base de cal. O material utilizado no restauro é muito semelhante ao original. Ele proporciona o mesmo conforto térmico à construção para evitar problemas como umidade e bolor. A tinta aplicada tem até dez anos de durabilidade. Ela foi produzida no Brasil, com matéria-prima vinda da Itália.

O prédio foi inteiramente construído sem cimento, sendo utilizadas argamassa de areia, cal e pozolanas. Para arrumar as fissuras das paredes, os profissionais utilizaram a técnica de reparação com pasta de cal, que não é mais utilizada nas construções modernas e que foi desenvolvida especialmente para a obra.

O restauro seguiu todas as diretrizes do caderno de encargos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O prédio do IAC tem duplo tombamento – municipal e estadual – e seguir as determinações do IPHAN garantiu que as exigências dos dois conselhos fossem contempladas.

Outros edifícios históricos

A sede do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, conta ainda com outros quatro patrimônios tombados, sendo eles o edifício Conselheiro Antônio Prado, o prédio Franz Wilhelm Dafert, a Casa do Diretor e as Casas de Vegetação (estufas). Todos esses patrimônios já foram restaurados, exceto o edifício Conselheiro Antônio Prado.

O edifício Conselheiro Antônio Prado, assim como seu “irmão” Franz Wilhelm Dafert, tem quatro pavimentos e escada central de acesso, com volumetria pesada e características art déco. Ambos foram construídos em 1935.

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Ainda no evento, o governador anunciou que hoje foram abertos os envelopes para construção da Fatec Campinas.

“Em cerca de 60 dias, a gente consegue iniciar as obras. Com duração de três anos, os cursos são mais rápidos. Hoje, o que mais falta no mercado são tecnólogos e profissionais na área de tecnologia”, destaca Alckmin.

A Fatec será instalada dentro do terreno da Etec Conselheiro Antônio Prado (Etecap). O investimento é de R$ 23,6 milhões. As atividades estão previstas para terem início no segundo semestre de 2013 e os cursos de graduação tecnológica oferecidos serão Processos Químicos e Sistema de Telecomunicações. O número de alunos estimado ao final da implantação é 960 (nos dois cursos, em três anos de curso). O Centro Paula Souza será responsável por todo o processo, desde a licitação até as obras.

Alckmin também antecipou que a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) deve publicar em 15 dias a licença prévia para a construção das marginais da Rodovia Dom Pedro I. Já a de instalação deve sair 30 dias após a prévia. A previsão para o início de obras é em agosto e a conclusão será em 11 meses.

A construção das marginais será feita entre os km 125 e 145 e o investimento será de R$ 40 milhões.

Secretaria de Agricultura e Abastecimento