Aids cresce 26% entre idosos na última década em SP

Entre jovens adultos a doença registra recuo de 35% no mesmo período; mudanças comportamentais explicam o avanço da doença entre idosos

ter, 14/05/2013 - 14h02 | Do Portal do Governo

Levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo aponta que, enquanto a notificação de novos casos de Aids entre jovens adultos caiu 35% em uma década, a incidência entre idosos aumentou em 26% no mesmo período.

De acordo com dados do Boletim Epidemiológico do Centro de Referência e Treinamento (CRT) DST/Aids, órgão da Secretaria, em 2001 foram registrados 253 novos casos em pessoas acima de 60 anos, contra 318 em 2011. Entre pessoas com idade de 15 a 39 anos, em 2001 foram 6.669 novos casos, contra 4.338 em 2011.

De acordo com a médica Carmen Silvia Bruniera Domingues, do CRT DST/Aids, a principal categoria de exposição ao vírus na terceira idade é a heterossexual. Além disso, a especialista salienta que, até 2007, a proporção de infecção era de dois homens para uma mulher. Entretanto, após 2008, tornou-se um homem para uma mulher infectada com a doença.

“Estudos apontam que o diagnóstico tardio pode acontecer por puro preconceito social em relação ao sexo, com demonstração de vergonha por parte do individuo infectado”, alerta Carmen Silvia.

A médica ainda ressalta as mudanças comportamentais para explicar o avanço da doença entre idosos, com aumento das atividades sexuais em faixas etárias mais elevadas, o que elevaria à exposição das pessoas às doenças sexualmente transmissíveis.

O Instituto de Infectologia Emílio Ribas, localizado no bairro de Cerqueira César, região central da capital, mantém um ambulatório voltado exclusivamente ao atendimento do idoso. Cerca de 300 pacientes, portadores de Aids ou outra doenças sexualmente transmissíveis, realizam acompanhamento no serviço.

Já no Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia (IPGG), centro de referência ao idoso localizado em São Miguel Paulista, zona Leste da capital, são realizadas atividades de orientação contra Aids e DSTs na terceira idade.

Uma vez por mês, durante o bailão que acontece às sextas-feiras na unidade, uma equipe de profissionais da área da saúde tiram as dúvidas dos participantes quanto ao uso da camisinha, realização de sexo seguro e prevenção de contágio.

Além disso, no espaço onde acontece o baile, há um display para retirada gratuita de preservativos. Até o final do ano, o serviço ainda treinará cerca de 10 idosos para participarem de ações educativas e se tornarem multiplicadores de orientações com relação à prevenção da Aids e DSTs.

Da Secretaria da Saúde