Agricultura inicia vacinação contra a febre aftosa nos rebanhos paulistas

O criador tem até o dia 7 de junho para comunicar a vacinação ao órgão oficial de Defesa Agropecuária

qui, 05/05/2016 - 9h09 | Do Portal do Governo

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo iniciou, no dia 1º de maio, a primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa em bovinos e bubalinos. A campanha é realizada pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), e durará todo o mês e vale para animais com até dois anos, que somam 4,5 milhões das 10,3 milhões de cabeças existentes no território paulista.

São Paulo não registra um caso de aftosa há 20 anos. Embora não detenha o maior rebanho comercial do País, é corredor de exportação de carne bovina. O calendário de vacinação contra a aftosa no Estado para este ano foi lançado durante a 23 ª Agrishow, em Ribeirão Preto. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vacinou um bezerro, depois de participar da abertura da feira.

“São Paulo está atento à sanidade animal para que nenhuma doença comprometa os rebanhos paulistas com reflexos negativos na renda do produtor e para o agronegócio”, disse o secretário de Agricultura do Estado, Arnaldo Jardim.

O criador tem até o dia 7 de junho para comunicar a vacinação ao órgão oficial de Defesa Agropecuária, ou por meio do sistema informatizado Gedave. É preciso, ainda, declarar todos os animais de outras espécies existentes na propriedade, tais como: equídeos (equinos, asininos e muares), suideos (suínos, javalis e javaporco), ovinos, caprinos, aves (granjas de aves domésticas, criatórios de avestruzes).

A vacinação contra a febre aftosa é obrigatória. O criador que não vacinar ou não comunicar a vacinação à Defesa Agropecuária sofrerá as seguintes penalidades: multa de R$ 117,75 por cabeça por deixar de vacinar, e R$ 70,65 por cabeça por deixar de comunicar a vacinação.

Estado livre da febre aftosa

A Coordenadoria de Defesa Agropecuária anunciou uma programação para a retirada da vacinação contra a febre aftosa dos rebanhos paulistas até 2020. O objetivo é obter o reconhecimento do status de livre da doença sem vacinação, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

As medidas adotadas estão em consonância com as definições da 43ª Reunião Ordinária da Comissão Sulamericana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), realizada no mês de abril, em Recife, que reuniu 350 profissionais e representantes do setor privado da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Venezuela e Uruguai.

A CDA iniciou a aplicação de estudo epidemiológico, desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP), nos plantéis paulistas, para identificar as áreas de risco de incidência da doença e definir estratégias em preparação para a retirada da vacinação contra a febre aftosa.

“Com a Guia de Trânsito Animal (GTA) eletrônica, temos condições de analisar uma série histórica e fazer o reconhecimento das áreas de risco. Temos a influência dos animais vindos de outros Estados e que repõem o plantel paulista, portanto, é preciso fazer essa identificação para depois avançarmos na mitigação”, observou o coordenador da CDA, Fernando Gomes Buchala.

O controle também será feito por meio de estudos da atividade viral, na qual se colhe a amostra de sangue dos rebanhos, para avaliar a presença de vírus circulante e de estudo de eficiência da vacinação. “Não importa apenas a etapa de vacinação, mas sim a boa imunização, por isso ampliamos o número de vacinações assistidas por meio de boas práticas de qualidade e conservação das vacinas, buscando saber se o plantel está devidamente imunizado”, disse Buchala.

Histórico da vacinação

O combate à febre aftosa no Estado de São Paulo teve início na década de 70 e, a partir de 1992, a Secretaria, por sua Coordenadoria de Defesa Agropecuária, passou a adotar medidas para a erradicação da doença, que resultaram, no ano 2000, no reconhecimento internacional de Estado livre da febre aftosa com vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O último foco de febre aftosa registrado no Estado ocorreu em março de 1996.

A ausência de circulação viral foi comprovada por meio dos inquéritos realizados nos anos de 2006, 2008, 2010 e 2014. Também foi constatada boa cobertura imunitária, de acordo com os estudos de eficiência da vacinação realizados nos anos de 2005, 2008, 2010 e 2014.

Dados da Secretaria mostram que, na etapa de maio de 2015, foram vacinados 4.173.816 bovídeos na faixa etária de zero a 24 meses, representando um índice de cobertura vacinal de 99,43% do total. Na etapa de novembro de 2015, quando todos os animais devem ser imunizados, foram vacinados 10.280.723 bovídeos, o que representou 99,03% do total.

No ano de 2015, 1.138 propriedades tiveram suas vacinações assistidas pela equipe da Defesa Agropecuária na etapa de maio e 1.155 na etapa de novembro.

Da Secretaria de Agricultura e Abastecimento