Discurso: José Serra
Evento: Celebração dos 50 anos da Toyota no Brasil
Data: 30.01.08
Boa noite a todos e a todas.
Queria dar nossas boas vindas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Cumprimentar o prefeito da nossa cidade de São Paulo; nosso queridíssimo Cardeal Dom Cláudio Hummes, que nos visita nestes dias.
Queria cumprimentar também o Miguel Jorge, ministro de Estado e Desenvolvimento e Indústria e Comércio Exterior e através dele, os outros ministros aqui presentes. Queria também saudar uma colega de partido Yeda Crusius, governadora do Rio Grande do Sul, que nos agrada hoje com sua visita.
O senhor Shoichiro Toyoda, chairman honorário e membro do Conselho da Toyota Motor Company; Shozo Hasebe, presidente da Toyota do MERCOSUL, e, através dele, todos os funcionários, diretores e pessoal da Toyota no Brasil e na América Latina.
É uma grande satisfação, para mim, participar hoje da comemoração dos 50 anos da Toyota no Brasil. O que significa 50 anos da Toyota em São Paulo. Porque a Toyota começou aqui.
Foi há precisamente 50 anos que a empresa abriu as suas primeiras atividades na cidade de São Paulo, onde instalou o seu primeiro escritório, e depois uma fábrica em São Bernardo. A Toyota é um fabricante de veículos associada à sorte no Brasil. Porque ela chegou em 58 e foi neste ano de 58 que o Brasil, pela primeira vez, ganhou a Copa do Mundo em Estocolmo.
E é uma empresa japonesa muito importante. Foi precisamente na Copa do Mundo do Japão – país de origem da Toyota – que o Brasil se tornou pentacampeão mundial. E os times brasileiros, muitos deles, inclusive dois do Rio Grande do Sul, foram campeões do mundo na Taça Toyota. Sem falar daqui de São Paulo. Embora ainda falte para alguns, como o meu time, no caso o Palmeiras, ganhar essa copa lá.
Bem, mas foi também em 2002 que os brasileiros fizeram o lançamento do novo Corolla. Um sucesso absoluto de vendas. E eu tenho a impressão de que é o carro mais vendido de todos os tempos no mundo – o Corolla.
Aqui, ultrapassou a marca de 100 mil unidades produzidas, em Indaiatuba, no Interior paulista. Portanto, os 50 anos da Toyota em São Paulo e os 50 anos da Toyota no Brasil expressam muito bem a confiança histórica que ela deposita no nosso País e nos brasileiros. Representam também incorporação de tecnologia, a criação de oportunidade de trabalho e a geração de riquezas.
Eu quero cumprimentar os dirigentes da empresa muito enfaticamente por essa trajetória de sucesso. E, por intermédio deles, os funcionários e os colaboradores.
A Toyota é digna das melhores tradições dos japoneses no nosso País. Honra a memória daquelas primeiras 781 famílias que há quase 100 anos, em junho de 1908, embarcaram no Porto de Kobe, no Japão, rumo ao Porto de Santos, aqui em São Paulo, dando início à imigração japonesa para o Brasil. Gente que enfrentou diferenças de clima, de idioma, de cultura, de hábitos alimentares, para construir uma nova nação. Pessoas que abriram caminhos pelos sertões, fundaram cidades no Estado de São Paulo e cujos descendentes se destacam na cultura, na ciência, nas atividades econômicas.
Os japoneses são tão integrados na vida, no Brasil e aqui em São Paulo, que freqüentemente, em palestras internacionais e em seminários a que eu compareço, falando da cidade de São Paulo, de como é uma cidade, a mais brasileira das cidades e a mais internacionalizada das cidades brasileiras, eu digo o seguinte: São Paulo é a única cidade do mundo onde a gente encontra japonês falando português com sotaque italiano. Isto dá uma idéia da integração do Japão e dos japoneses no Brasil.
Eu, particularmente, na minha juventude, convivi muito com os descendentes de japoneses e japoneses diretamente. Seja quando trabalhava no Mercado Municipal – havia muito japonês lá trabalhando na comercialização de frutas – depois, estudando. Eu estudava no Roosevelt, na Liberdade, que na época, era o bairro japonês de São Paulo. Já tinha um bairro japonês. Isso, no final dos anos 50. E posteriormente na Politécnica, na Faculdade de Engenharia, onde pelo menos de um quarto a um terço dos alunos da Politécnica, do curso de Engenharia Mecânica, eram japoneses.
Apesar de que a coletividade tinha um peso relativamente pequeno na demografia, na população de São Paulo – mostrando a importância que os japoneses e seus antecedentes atribuem ao estudo, à formação e à técnica. E foi uma convivência muito grata durante toda a minha juventude.
E aprendi a reconhecer a importância deles para o desenvolvimento do nosso País. Reitero que a Toyota é um bom exemplo do que os japoneses têm feito aqui no Brasil. Eles contribuíram decisivamente para a grande corrida pelo progresso e pelo desenvolvimento que o nosso País experimentou no século passado e experimenta no começo deste século.
Por isso tudo, só podemos dizer muito obrigado.
Arigatô.
