Zona Leste terá sua primeira universidade pública

Alckmin assinou decreto nesta terça-feira autorizando a Instalação do campus próximo ao Parque Ecológico Tietê

ter, 18/03/2003 - 16h34 | Do Portal do Governo


O governador Geraldo Alckmin assinou nesta terça-feira, dia 18, o decreto que autoriza a instalação do novo campus, que será construído próximo do Parque Ecológico Tietê, em um terreno pertencente ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), perto da divisa com o município de Guarulhos. Este será o segundo campus da instituição na Capital que terá sua pedra fundamental lançada neste sábado, dia 22.

Densamente povoada, a região concentra mais de 4 milhões de habitantes, fora os 6 milhões dos municípios que compõem a sua região metropolitana.

As obras vão começar neste segundo semestre. Inicialmente serão liberados R$ 5 milhões. A construção de todo complexo está orçada em R$ 40 milhões e deve gerar cerca de 200 empregos.

O vestibular será realizado em meados ou no final de 2004. Em uma primeira etapa serão oferecidas mil vagas e, quando estiver em pleno funcionamento a universidade vai atender 20 mil alunos, informou o reitor da USP, Adolpho José Melfi. A inauguração do novo campus vai coincidir com um momento emblemático, quando a USP comemorará 70 anos de fundação.

A USP da Zona Leste vai abrigar uma única unidade de ensino, a Escola de Artes, Ciências e Humanidades, que conforme, rege o Estatuto da Universidade, deverá oferecer cursos diferentes dos que já existem no campus da Cidade Universitária: A proposta é que sejam criados cursos nas de Arquitetura Paisagística, Arquitetura de Interiores, Arqueologia, Ciências Ambientais, Turismo, Marketing/ Pesquisa de Mercado/Pesquisa de Opinião, Promotor Cultural, Serviço Social, Psicologia (concentração em Recursos Humanos), políticas Públicas, Cooperativismo (co-gestão), Ciências Atuariais, Formação de Professores, Músicas, Esporte e Moda. Um amplo estudo está sendo realizando com os alunos do Ensino Médio da região para saber quais os outros cursos que eles gostariam que fossem implantados. ‘O novo campus será voltado à vocação econômica e à realidade da região’, comentou o governador.

A nova universidade ocupará uma área de 1,2 milhão de metros quadrados. ‘É quase 80% o tamanho do Parque do Ibirapuera’, comparou Alckmin.

A instalação do novo campus vai exigir uma ampla remodelação na infra-estrutura da região para poder facilitar o acesso dos novos alunos.’ A Secretaria dos Transportes vai trabalhar na questão do acesso rodoviário e a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, no ferroviário, revitalização da linha F.

Vai haver uma estação ferroviária USP-Leste, com equipamentos modernos e de segurança, que vai ajudar os estudantes a chegar à universidade de trem’, anunciou Alckmin, destacando que o número de habitantes da Zona Leste é maior que o do Uruguai.

O secretário de Ciência e Tecnologia, João Carlos de Souza Meirelles, fez um balanço nos dois últimos anos do atual governo na área educacional. Destacou a ampliação do número de vagas universitárias nas três universidades públicas (Unesp, USP, Unicamp), o aumento das unidades das Faculdades de Tecnologia (Fatecs), passando de nove para 30, como também as Escolas Técnicas do Centro Paula Souza de 102 para 200 escolas. ‘Estamos atingindo todo o Estado. De Rosana até o Vale do Paraíba, do Vale do Ribeira até o extremo norte de São Paulo, para que a universidade pública gratuita fosse acessível a todos’, comentou observando que o acesso à universidade é uma oportunidade de ascensão social.

Além de atender a uma antiga reivindicação da população, o novo campus vai permitir maior assiduidade dos alunos na universidade, observou Padre Rosalvino, líder comunitário da região. ‘Muitos alunos da Zona Leste que estudavam na USP no Butantã acabavam desistindo, porque gastavam muito com condução e perdiam tempo no trânsito’, relatou.

Esperançoso, o estudante Edson da Silva, 20 anos, torce para que a USP da Zona Leste tenha curso de engenharia mecânica. Ele participa das aulas de sapataria na Fundação Dom Bosco, obra assistencial administrada pelo Padre Rosalvino. ‘É um grande incentivo para gente que é pobre’, conta Edson, que não trabalha e mora com os pais, que têm renda mensal é de R$ 800,00.

Valéria Cintra


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