O governador Geraldo Alckmin recebeu o primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, e sua comitiva, para um almoço no Palácio dos Bandeirantes.
Alckmin lembrou da importância da parceria, citando o aprofundamento da calha do Tietê, a construção da Linha 4 do Metrô, que contam com financiamentos do JBIC.
O primeiro-ministro Koizumi disse que São Paulo, “sendo o Estado que se desenvolve rumo ao futuro, é o lugar apropriado para falarmos sobre o nosso futuro”, referindo-se às relações do Japão com a América latina.
Alckmin disse que o desempenho da economia paulista tem muito da contribuição do Japão “que aqui semeou e colheu dos frutos da terra aos frutos da alta tecnologia, como os aviões produzidos pela Embraer conjuntamente com a Kawasaki Aeronáutica”.
O governador Geraldo Alckmin declarou nesta quarta-feira, dia 15, após recepcionar o primeiro-ministro Junichiro Koizumi e comitiva no Palácio dos Bandeirantes, que confia numa grande revitalização dos investimentos e das relações comerciais entre o Brasil e Japão. “Vamos reviver a década de 70, quando houve grandes investimentos japoneses, especialmente em São Paulo, onde vive 60% da comunidade nipônica.”
“Vai ter mais Japão no Brasil e mais São Paulo no Japão”, enfatizou o governador, ao comentar o grande interesse dos japoneses por vários setores produtivos, especialmente pelo etanol, para as metas de redução dos índices de poluição no país, dentro da agenda do Protocolo de Kyoto.
“O Japão tem preocupações quanto ao preço e abastecimento do produto, por isso nossas usinas estão se unindo para montar estruturas que atendam a uma parceria com o Japão”, afirmou. O governador acrescentou que São Paulo é o maior produtor de açúcar e álcool do País e tem condições de garantir esse abastecimento.
Antes do almoço com o primeiro-ministro Koizumi, Alckmin reuniu-se com a comitiva de 16 empresários japoneses ligados ao Nippon Keidanren, a mais influente e poderosa entidade empresarial do Japão. “Eles demonstraram um grande interesse pela questão do etanol, da infra-estrutura do Estado, das PPPs – Parcerias Público-Privadas, fizeram perguntas sobre a economia de São Paulo, o futuro do Brasil e Mercosul”, comentou .
A visita é histórica, vai abrir muitos caminhos e oportunidades, afirmou o governador. Pela primeira vez a maior autoridade do governo japonês foi ao encontro da primeira comunidade japonesa instalada no Brasil, em Guatapará, ao mesmo tempo que trouxe um grande grupo de empresários, o que é incomum.
Alckmin anunciou que criou nesta quarta-feira um grupo de trabalho – presidido pelo vice-governador Cláudio Lembo – para os preparativos do centenário da imigração japonesa no Brasil, a ser comemorada em 2008.
Koizumi
O primeiro-ministro Junichiro Koizumi, em seu discurso durante o almoço oferecido pelo Palácio dos Bandeirantes, citou uma frase de Stefan Zweig no livro Brasil – País do Futuro: “São Paulo não cabe num quadro. Nenhuma outra cidade do Brasil ou do mundo se desenvolve de forma tão ambiciosa e dinâmica”. Ele acrescentou que desde quando chegou, “pude observar a cidade e o povo de São Paulo e estou sentindo de perto sua vitalidade transbordante”.
Koizumi relatou sua agenda de visitas em São Paulo e disse que à bordo de avião cedido pelo governo teve uma grande visão das propriedades agrícolas na região de Pradópolis. “Fiquei impressionado com o desenvolvimento do Brasil e sua enorme potencialidade. Pude sentir de perto que no Brasil existem recursos alimentícios e energéticos que faltam ao Japão”.
Takao Miyagui
Leia mais
