USP: Universidade coordena criação de Pólo Nacional e de Câmara de Biocombustíveis

Objetivo do Pólo é reunir as pesquisas sobre energias renováveis e ampliar a capacidade competitiva do Brasil no setor

qui, 15/01/2004 - 20h26 | Do Portal do Governo

Nesta sexta-feira, dia 16, às 16 horas, acontece na Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’ (Esalq) da USP o lançamento do Pólo Nacional de Biocombustíveis Brasil – Programa Pesquisa & Desenvolvimento & Demonstração. O objetivo do Pólo é reunir as pesquisas sobre energias renováveis e ampliar a capacidade competitiva do Brasil no setor. Foram confirmadas na solenidade as presenças do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues e do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Segundo José Roberto Parra, diretor da Esalq, o projeto tem a intenção de agrupar os estudos sobre biocombustíveis da Unicamp, Unesp, Ufscar, Esalq, USP de Ribeirão Preto e de outras instituições, sob uma identidade. ‘As pesquisas têm ocorrido de forma dispersa e com pouca interação com o setor produtivo. Essa conjunção de esforços vai criar uma entidade líder que, com a ajuda dos governos federal e estadual e do setor produtivo, vai formular uma política nacional na questão de biocombustíveis’, explica.

Parra disse que o projeto do Pólo foi escrito a pedido do ministro da Agricultura. Por isso, há uma boa expectativa quanto ao apoio financeiro do Governo Federal. O lançamento não ocasionará nenhuma medida prática imediatamente, pois ainda é necessário constituir uma comissão executiva. No entanto, já se pensa em local para a sede da entidade, onde as pesquisas deverão se concentrar. A idéia é que o Pólo seja instalado na Fazenda Experimental Areão, da Esalq.

O programa contará ainda com a participação dos ministérios de Ciência e Tecnologia e de Minas e Energia. A cerimônia de lançamento acontece no Salão Nobre da Esalq, à Av. Pádua Dias, 11, Piracicaba. Após a cerimônia, o ministro da Agricultura, engenheiro agrônomo formado pela Esalq em 1965, será homenageado com a Medalha Luiz de Queiroz.

Câmara Setorial

Nesta quinta-feira, dia 15, o Diário Oficial do Estado anunciou a criação da Câmara Setorial Especial de Biocombustíveis. A instituição será presidida pelo professor Miguel Dabdoub, da USP de Ribeirão Preto, e deve, em breve, apresentar um projeto paulista com políticas públicas para a questão do biodiesel.

Dabdoub coordena o Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas (LADETEL-USP/RP), que já movimenta com biodiesel trens na cidade de Curitiba (PR), além de manter parcerias com empresas do setor automobilístico para a implantação das pesquisas. ‘A Câmara Setorial foi organizada para alavancar o financiamento da produção em larga escala do biodiesel e deverá facilitar o agronegócio de biocombustíveis’, diz.

O professor comenta que a aplicação dos biocombustíveis no Brasil deve gerar novos empregos, além de provocar um crescimento agrícola e ter efeitos positivos no meio ambiente, com a diminuição da poluição.

A Câmara terá representantes dos órgãos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento no Estado de São Paulo (Apta – Agência Paulista de Tecnologias de Agronegócios e Cati – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), do setor sucroalcooleiro, da agroindústria de óleos vegetais, da indústria automobilística, automotores, autopeças e transportes, da indústria de equipamentos, produção e distribuição de combustíveis, de universidades, de organizações de produtores, cooperativas, especialistas em questões ambientas, e de especialistas em questões tributário-ecológicas.

Integração

As duas novas instituições trabalharão em escalas diferentes – A Esalq, com tradição em álcool combustível, coordena o Pólo Nacional, e a USP de Ribeirão, onde fica o centro mais avançado de pesquisa em biodiesel do Brasil, a Câmara Estadual.

Apesar de a USP ser pioneira no desenvolvimento desse tipo de tecnologia, há o interesse de abranger institutos de pesquisas, o poder público e o setor produtivo de todo o País. ‘A intenção é somar. E o bom do biodiesel é que não se escutam vozes contrárias a ele’, enfatiza Dabdoub.

Mais informações: (19) 3429-4485 / 4477 na assessoria de comunicação da Esalq e (16) 602 – 4375, com o professor Miguel Dabdoub

Simone Harnik – Agência USP