USP: Técnica pioneira diminui tempo de cicatrização da pele

Método fez com que o tecido epitelial de ratos se recuperasse de forma mais rápida e eficaz

qui, 19/08/2004 - 19h06 | Do Portal do Governo

Um trabalho pioneiro na utilização de raios laser na medicina está sendo desenvolvido na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP. O professor Antônio Cláudio Tedesco tratou de ferimentos na pele de ratos aliando a aplicação de fármacos fotossensíveis (cremes, géis e emulsões cujos princípios medicinais só são ativados com a luz) à exposição ao laser de baixa intensidade. As cobaias apresentaram um processo de cicatrização mais rápido e eficiente.

Segundo o pesquisador, o procedimento é importante no tratamento de ferimentos em que o tecido fica exposto por muito tempo – principalmente aqueles causados por doenças, como a leishmaniose e a hemofilia. ‘Nesses casos, uma cicatrização rápida e eficaz é essencial não só do ponto de vista clínico, evitando também processos infecciosos, mas também do estético.’

‘Observamos uma grande diferença entre o processo de cicatrização natural do tecido e aquele em que se utilizou o laser e o fármaco’, explica Tedesco. ‘Quando expostos à ação do laser, os medicamentos fotossensíveis (desenvolvidos na própria FFCLRP) estimularam a produção de colágeno e elastina, essenciais no processo de cicatrização do tecido epitelial.’

Aprimoramento

Tedesco, que coordena o Núcleo de Fotobiologia e Fotomedicina do Departamento de Química da FFCLRP, está indo para a França desenvolver estudos de cooperação com o Instituto de Pesquisas da Pele, da Escola de Medicina da Universidade de Paris V. Ele irá trabalhar diretamente no aperfeiçoamento desta técnica. ‘Os franceses apresentam técnicas avançadas na utilização do laser em várias áreas medicina’, explica.

No exterior, o pesquisador tem como objetivo descobrir mais especificamente como os fármacos fotossensíveis, em conjunto com o laser, atuam sobre a pele acelerando o processo de cicatrização e restauração tecidual. ‘Pretendemos retornar do estágio na França com a técnica aprimorada e com os protocolos já estabelecidos in vivo, para que possamos iniciar rapidamente o tratamento de seres humanos.’

Tadeu Breda – Agência USP