A NetVMI, empresa incubada, desde 2001, pelo Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec) da USP, desenvolveu um sistema remoto de monitoramento de estoques químicos que coleta e envia diversos dados para a internet, criando um relatório sobre os produtos armazenados. Esse sistema, pioneiro no Brasil, já é exportado para os Estados Unidos, Cingapura, Tailândia e Argentina, entre outros países.
A idéia de criar esse sistema partiu da descoberta de um nicho de mercado dentro da telemetria (automação de um ponto distante do outro). ‘Faltava um sistema de automação que aprimorasse o trabalho logístico de controle de estoques químicos’ diz Luiz Fernando Atolini, que após concluir o curso de Engenharia Eletrônica na Escola de Engenharia da USP de São Carlos (EESC), montou uma empresa de automação de processos químicos.
Com a ajuda do Cietec, a NetVMI conseguiu U$ 200 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para investir em um sistema que fizesse o controle de estoques químicos. O equipamento é composto de sensores que transmitem as informações dos estoques para um aparelho, que as retransmite para a internet. Hoje é possível avaliar variáveis como ph, temperatura e quantidade de produto em tanques de armazenamento químico.
Com uma base muito forte de clientes, como Rhodia, Unilever e GM, a tecnologia que foi desenvolvida aqui no Brasil é exportada para diversos países e, segundo Atolini, o motivo do sucesso está na vantagem competitiva que o sistema traz para a empresa. ‘Quando o estoque está perto de acabar, por exemplo, o sistema manda uma mensagem por e-mail ou por celular e avisa o fornecedor’ explica, dessa forma o fornecedor pode controlar a distribuição de acordo com as necessidades do cliente e as perdas de produtividade são reduzidas.
O cliente também pode fazer um monitoramento constante de seus estoques, por meio dos gráficos e relatórios disponibilizados no site da NetVMI. ‘O cliente recebe um login e uma senha para acessar esses dados com total segurança e de onde estiver’ diz Atolini.
Outras áreas
Apesar de ter sido desenvolvida inicialmente para controle de estoques químicos, essa tecnologia possui uma gama muito vasta de aplicações. O controle de recursos hídricos é uma delas, por exemplo. Agora, a NetVMI está investindo em um sistema adaptado ao controle de efluentes (rejeitos industriais) e já tem uma parceria firmada com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). O controle dos efluentes produzidos pelo Ipen é feito pelo laboratório de química da instituição, que, a qualquer alteração, pode tomar alguma providência para melhorar a qualidade desses dejetos.
Os investimentos para melhorar essa tecnologia agora também serão dirigidos para aumentar a quantidade de tanques monitorados e tornar os relatórios do sistema mais apurados. A idéia é, futuramente, aplicar a tecnologia em outras áreas, como o controle de recursos hídricos, plantações e granjas.
Yara Camargo – Agência USP
