Os alunos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) já estão de malas prontas. No próximo dia 13 de dezembro, cerca de 120 estudantes, acompanhados de médicos e professores, embarcarão para o Pontal do Paranapanema (SP), com o objetivo de prestar assistência médica voluntária a comunidades carentes da região. A meta é atender 5 mil pessoas, que moram em bairros carentes de Presidente Epitácio ou que vivem em acampamentos do MST (Movimento do Sem Terra) e assentamentos próximos à cidade. Além dos estudantes da USP, haverá participação de 40 alunos de Medicina da Unoeste, de Presidente Prudente.
Essa é a sexta expedição do projeto Bandeira Científica, realizada pela FMUSP no período das férias. Além de promover a integração com instituições regionais de ensino superior, oferece a oportunidade dos futuros médicos conhecerem os problemas sociais e de saúde de regiões carentes do Brasil. Todas as consultas são agendadas previamente por agentes de saúde locais.
A população terá assistência médica primária e receberá medicação gratuita, além de encaminhamento médico necessário. A Prefeitura de Presidente Epitácio disponibilizará postos de saúde para o atendimento nos bairros. Já as famílias de sem-terra e assentados não precisarão se deslocar até à cidade. Com base nas consultas e na coleta de dados epidemiológicos, será traçado um raio-x das doenças prevalentes da região.
No ano passado, o projeto Bandeira Científica esteve em Serra dos Aymorés, na região nordeste de Minas Gerais. Lá, a doença diagnosticada com mais freqüência foi dor lombar. Segundo Carlos Eduardo Pereira Corbett, coordenador da expedição, 8,5% das 2.100 pessoas atendidas se queixaram do mal, o que levou a missão a promover sessões de fisioterapia entre os pacientes. Em seguida, vieram a hipertensão arterial (7,3%), verminose intestinal (6,55%), corrimento vaginal (6,34%), lesões dermatológicas (2,55%), depressão (2,5%) e otite (1,2%). Nas crianças, a verminose ficou em primeiro lugar (15,5%), seguida por alterações na curva de crescimento (4,11%), anemia e escabiose (3,36%), rinite alérgica (2,99%), desnutrição (2,06%) e impetigo (2,06%).
O projeto Bandeira Científica já viajou para Cajati (SP), Eldorado (SP), Monte Negro (RO), Buriticupu (MA) e Serra dos Aymorés (MG). Este ano, a escolha do Pontal do Paranapanema foi feita com base na carência da população acampada e assentada e na importância política e social dos movimentos dos sem-terra.
No planejamento do evento, foram feitas articulações com os governos municipais, Conselhos Municipais de Saúde, líderes do MST, representantes da Sociedade Rural Brasileira e universidades locais. O projeto Bandeira Científica ficará em Presidente Epitácio no período de 13 a 21 de dezembro.
Da Agência de Comunicação da FMUSP
(AM)