USP: Sem-terra do Pontal do Paranapanema terá atendimento médico gratuito

Cerca de 120 estudantes, acompanhados de médicos e professores, prestarão assistência médica voluntária

sex, 28/11/2003 - 11h31 | Do Portal do Governo

Os alunos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) já estão de malas prontas. No próximo dia 13 de dezembro, cerca de 120 estudantes, acompanhados de médicos e professores, embarcarão para o Pontal do Paranapanema (SP), com o objetivo de prestar assistência médica voluntária a comunidades carentes da região. A meta é atender 5 mil pessoas, que moram em bairros carentes de Presidente Epitácio ou que vivem em acampamentos do MST (Movimento do Sem Terra) e assentamentos próximos à cidade. Além dos estudantes da USP, haverá participação de 40 alunos de Medicina da Unoeste, de Presidente Prudente.

Essa é a sexta expedição do projeto Bandeira Científica, realizada pela FMUSP no período das férias. Além de promover a integração com instituições regionais de ensino superior, oferece a oportunidade dos futuros médicos conhecerem os problemas sociais e de saúde de regiões carentes do Brasil. Todas as consultas são agendadas previamente por agentes de saúde locais.

A população terá assistência médica primária e receberá medicação gratuita, além de encaminhamento médico necessário. A Prefeitura de Presidente Epitácio disponibilizará postos de saúde para o atendimento nos bairros. Já as famílias de sem-terra e assentados não precisarão se deslocar até à cidade. Com base nas consultas e na coleta de dados epidemiológicos, será traçado um raio-x das doenças prevalentes da região.

No ano passado, o projeto Bandeira Científica esteve em Serra dos Aymorés, na região nordeste de Minas Gerais. Lá, a doença diagnosticada com mais freqüência foi dor lombar. Segundo Carlos Eduardo Pereira Corbett, coordenador da expedição, 8,5% das 2.100 pessoas atendidas se queixaram do mal, o que levou a missão a promover sessões de fisioterapia entre os pacientes. Em seguida, vieram a hipertensão arterial (7,3%), verminose intestinal (6,55%), corrimento vaginal (6,34%), lesões dermatológicas (2,55%), depressão (2,5%) e otite (1,2%). Nas crianças, a verminose ficou em primeiro lugar (15,5%), seguida por alterações na curva de crescimento (4,11%), anemia e escabiose (3,36%), rinite alérgica (2,99%), desnutrição (2,06%) e impetigo (2,06%).

O projeto Bandeira Científica já viajou para Cajati (SP), Eldorado (SP), Monte Negro (RO), Buriticupu (MA) e Serra dos Aymorés (MG). Este ano, a escolha do Pontal do Paranapanema foi feita com base na carência da população acampada e assentada e na importância política e social dos movimentos dos sem-terra.

No planejamento do evento, foram feitas articulações com os governos municipais, Conselhos Municipais de Saúde, líderes do MST, representantes da Sociedade Rural Brasileira e universidades locais. O projeto Bandeira Científica ficará em Presidente Epitácio no período de 13 a 21 de dezembro.

Da Agência de Comunicação da FMUSP

(AM)