USP: Projeto da Poli aumenta o potencial turístico e comercial de Itanhaém

Busca-se alternativa para facilitar a navegação pelo Rio Itanhaém, beneficiando todo o litoral sul de São Paulo

qui, 04/09/2003 - 10h14 | Do Portal do Governo

Um estudo para ampliar a navegabilidade do Rio Itanhaém, que está sendo elaborado pela Escola Politécnica da USP, pode representar um impulso para as atividades comerciais e turísticas da cidade e também do litoral sul. O projeto baseia-se no uso de maciços de pedras arrumadas – os chamados enrocamentos molhes guias-correntes – técnica que poderá aumentar a capacidade de navegação na barra do rio, onde atualmente o tráfego de barcos é impossibilitado pela pouca profundidade das águas.

O estudo, iniciado em 1991, prevê a construção dos molhes que, colocados na desembocadura do rio, ‘canalizarão a corrente, mantendo na barra a profundidade e possibilitando uma velocidade favorável para a navegação’, como explica o professor Paolo Alfredini, coordenador dos estudos. Os molhes teriam cerca de 800 metros de comprimento cada um, formando um canal que aumentaria a profundidade da barra. Desse modo, a navegação pelo rio seria facilitada, assim como a saída dos barcos que se dirigem ao oceano.

Importância logística

Atualmente, a pouca profundidade da Barra do Rio Itanhaém impede que a praia central do município receba uma grande quantidade de barcos, tanto pesqueiros quanto turísticos. ‘Itanhaém tem uma grande importância logística e poderia servir como atracadouro alternativo para os barcos pesqueiros e de lazer que navegam na costa de São Paulo, entre Cananéia e Santos’, ressalta Alfredini. Segundo ele, o turismo da cidade poderia ser beneficiado pelas obras, com a maior disponibilidade que o rio Itanhaém terá para receber embarcações vindas do Oceano.

O aumento da profundidade da Barra do Rio Itanhaém também poderia ser feito através de dragagens, com máquinas que retirariam areia do fundo do mar. Mas essa solução, aponta Alfredini, não seria eficaz: ‘para a dragagem ser bem sucedida, tem de ser feita constantemente. A construção dos molhes resolveria a questão de maneira definitiva, e o único trabalho extra seria a manutenção dos muros’.

Impacto ambiental

Os estudos na barra do rio Itanhaém também verificam o impacto que a construção dos molhes podem causar na orla marítima. A construção dessa espécie de ‘canal’ deslocará grande quantidade de areia da barra para as praias vizinhas, o que modificaria a paisagem da região.

No Laboratório de Hidráulica da Escola Politécnica foi construído um modelo que serve de base para os estudos sobre o Rio Itanhaém. A maquete, que ocupa uma área de cerca de 800 metros quadrados, reproduz as ondas, as marés, a vazão do rio e a geografia da região, com ‘semelhança geométrica, cinemática e dinâmica’, comenta o professor. O custo total da obra está estimado em cerca de US$ 6 milhões de dólares.

Olavo Soares,
Da Agência USP

(AM)