USP: Poli desenvolve sistema para coleta e aproveitamento da água de chuva

Sistema pode ser facilmente adaptado em residências

qui, 15/04/2004 - 11h19 | Do Portal do Governo

Em tempos de crise de abastecimento de água, com reservatórios operando no limite, uma idéia simples, desenvolvida no Centro de Técnicas de Construção Civil (CTCC) da Escola Politécnica da USP, vem mostrando resultados eficientes na conservação de água potável. Trata-se de um sistema experimental de coleta e aproveitamento de água de chuva para consumo não potável em edificações.

O objetivo é recolher e armazená-la para ser utilizada na limpeza de vasos sanitários, irrigação de jardins, lavagem de veículos e limpeza de calçadas e pátios. ‘O sistema é composto por um coletor automático de amostras seqüênciais de água de chuva e por três caixas d´água com capacidade para 500 litros cada’, explica a engenheira civil Simone May, autora da dissertação de mestrado Estudo da Viabilidade do Aproveitamento de Água de Chuva para Consumo Não-potável em Edificações.

Desde 2001, época da construção e instalação do sistema, a pesquisadora vem realizando análises físico-químicas e bacteriológicas de amostras de água de chuva, num total de 28 parâmetros. ‘Ela é ácida e, em nosso caso, 50% das amostras continham coliformes fecais porque é coletada do telhado, onde se concentram poluentes e excrementos de animais.”

Consumo não-potável

Para as análises das amostras, um coletor automático que mantém a água a 5ºC foi especialmente desenvolvido por empresa brasileira, sob a supervisão da engenheira, já que não havia equipamento como este no País, e que custou R$ 50 mil. As análises são importantes, de acordo com Simone, para determinar parâmetros de qualidade da água da chuva e, a partir daí, propor tratamento visando a sua utilização para consumo não-potável, sem prejuízo à saúde.

No sistema de coleta e armazenamento, ela passa por um vertedouro onde se faz a leitura do volume que está chegando aos reservatórios. ‘Uma bomba recalca o líquido para um terceiro reservatório que está sobre a laje do edifício, que abastece dois vasos sanitários’, esclarece a pesquisadora. A idéia, segundo ela, é instalar entre a bomba e o último reservatório um dosador de cloro para fazer a desinfecção antes de sua utilização.

Simone assegura que o sistema pode ser facilmente adaptado em residência. ‘Basta instalar calhas, um reservatório de acumulação e peneiras, para retirada de folhas e galhos. Após o descarte dos primeiros 15 a 20 minutos, quando se faz a limpeza do telhado, a água de chuva poderá ser recolhida e utilizada para fins que não necessitem de água-potável’, ensina.

Da Agência USP
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)