USP: Pesquisadores estudam qualidade de vida de idosos da Capital

Trabalho teve a participação da Organização Pan-Americana de Saúde e da Fapesp

dom, 25/05/2003 - 16h04 | Do Portal do Governo

Pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP realizaram estudo sobre a vida de pessoas com 60 anos ou mais no município de São Paulo. O trabalho teve a participação da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Foram entrevistados 2.143 idosos que responderam questionário com informações a respeito de saúde, qualidade de vida, acesso e utilização dos serviços de saúde, redes de apoio, história laboral, antropometria e mobilidade. Além do Brasil, seis países da América Latina também estão comprometidos com o projeto: Argentina, Barbados, Chile, Cuba, México e Uruguai.

‘A pesquisa contribui para que dirigentes da área da saúde e definidores de políticas públicas tomem conhecimento das condições de envelhecimento da população e adotem medidas para que os idosos envelheçam com dignidade’, conta a professora Maria Lúcia Lebrão, coordenadora do Projeto Sabe (Saúde, bem-estar e envelhecimento).

Muitos analfabetos

Os dados da pesquisa revelam que, na Capital, a taxa de analfabetismo entre os idosos (21%) é maior que a verificada em Barbados (0,4%). No grupo com 75 anos ou mais, o número sobe para 33%. ‘Viveram grande parte da sua infância no campo e quando vieram para a cidade exerceram trabalho braçal e, assim, não têm conhecimento dos recursos de saúde disponíveis nem informações sobre prevenção de doenças’, conta Maria Lúcia. A porcentagem de analfabetismo em São Paulo foi a maior entre todos os países participantes da pesquisa.

Outras informações levantadas mostram que a maioria começou a trabalhar aos 12 anos, 13% vivem sozinhos e 70% não recebem ajuda de ninguém. A pesquisa possibilitará avaliação dos diferenciais etário, de coorte (características semelhantes em um grupo), de gênero e das condições socioeconômicas.

O Projeto Sabe conta, para análise, com a participação de professores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu e da Escola de Enfermagem (EE/USP). Maria Lúcia adianta que está previsto o lançamento de livro, ainda sem data definida, com informações detalhadas sobre a pesquisa.

Da Agência Imprensa Oficial

(AM)