O Grupo de Mecânica da Fratura e Integridade Estrutural (NVFRAC), do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica da USP acaba de ganhar prêmio nos EUA com estudo capaz de aumentar a segurança ambiental em caso de vazamentos de gás, petróleo e seus derivados.
O trabalho do estudante de doutorado Fernando Dotta concorreu, em julho, com projetos de outros países na Conferência Internacional da American Society of Mechanical EngineeEring (ASME), realizada em Cleveland, Ohio. Sua pesquisa avaliou a integridade estrutural em dutos com defeitos.
O coordenador do grupo, professor Cláudio Ruggieri, explica que o projeto vencedor está centrado no desenvolvimento de metodologias e procedimentos para avaliação de defeitos em dutos que transportam gás e petróleo. ‘A premiação é concedida anualmente por uma divisão da ASME, que trata especificamente de dutos e vasos de pressão’, conta.
Segurança e precisão
O estudo integra série de pesquisas que vêm sendo desenvolvidas nos últimos dois anos. Nesse período, os cientistas elaboraram metodologia capaz de fornecer informações mais precisas relativas aos impactos de defeitos sobre a segurança de sistemas dutoviários para transporte de gás e petróleo.
‘Além de auxiliar na segurança ambiental, prevenção de reparos, extensão da vida útil dessas instalações, nossa metodologia pode ser aplicada também na aeronáutica. Nessa área, a previsão de falhas em componentes estruturais, tais como a fuselagem, contendo pequenos defeitos e trincas é um elemento crítico para a segurança de aeronaves.’
Com informações fornecidas pelos equipamentos detectores de falhas e trincas nas tubulações é possível prever a extensão do problema, por meio de modelos computacionais tridimensionais. É possível também elaborar melhores estratégias de manutenção e reparo e ainda determinar corretamente os níveis de segurança, exemplifica Ruggieri.
Grupo seleto
‘Há diversas situações em que não se pode admitir, por exemplo, que uma pequena trinca provoque a interrupção do fornecimento para ser feito um eventual reparo.’
O professor estima existirem no Brasil aproximadamente 12 mil quilômetros de tubulações mantidas pela Petrobrás. Sua expectativa é de expansão da rede com o aumento da utilização do gás natural proveniente da Bolívia e da recém-descoberta bacia de Santos.
O programa tem a cooperação tecnológica da Petrobrás, na realização de ensaios em laboratório em escalas reduzida e real; da Universidade de Illinois, nos EUA; e apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Outro motivo de orgulho para a Poli é o seu ingresso, ocorrido em reunião realizada em Atenas no dia 10, como membro da Associação Top Industrial Managers Europe (Time). A associação congrega as principais escolas de engenharia européias, com objetivo de validar diplomas de graduação em mais de um país. A Poli é a primeira escola não européia que se torna membro desse grupo.
Da Agência Imprensa Oficial
(AM)
