Uma parceria entre a Escola Politécnica da USP e a Schneider Electric Brasil permitirá o desenvolvimento de novas tecnologias em sistemas de automação para edifícios e residências. A empresa doou cinco conjuntos de automação predial para projetos do Departamento de Engenharia da Computação e Sistemas Digitais da Poli. Os pesquisadores pretendem estender os estudos e aplicações para a monitoração e controle de ambientes de produção agrícola em estufas e criação de animais.
O professor da Poli Carlos Eduardo Cugnasca, coordenador do projeto, relata que a parceria começou em fevereiro de 2002, antes da aquisição da empresa sueca TAC, produtora dos conjuntos, pela Schneider. ‘A doação totaliza 115 itens e os conjuntos serão montados em painéis para facilitar o uso pelos alunos, como se fossem prédios-laboratório, simulando processos para realização de pesquisas’, aponta. ‘Os contatos começaram com as pesquisas do doutorando Miguel dos Santos Alves Filho, que eram orientadas pelo professor Francisco Romeu Landi.’
Giorgio de Saint Seigne, gerente de automação predial e residencial da Schneider Electric na América do Sul e Caribe, explica que a TAC foi adquirida pela empresa em julho de 2003. ‘Os conjuntos são compostos por módulos de hardware da família TAC Xenta e pelo software TAC Vista’, observa. ‘O TAC Xenta tem a certificação da LonMark, associação que reúne 82% das empresas de automação predial no mundo, o que garante a interoperabilidade de módulos com mesmas funções, mas de fabricantes distintos.’
Monitoramento
De acordo com Giorgio, o sistema aberto TAC Vista é baseado na tecnologia LonWorks (Local Operating Network) e foi desenvolvido para controle e monitoramento das utilidades de um prédio de maneira local ou remota. ‘Distribuídos pelo edifício, os nós (módulos) realizam funções como controle da qualidade do ar, temperatura ambiente, consumo de energia, iluminação e prevenção de incêndios de forma totalmente integrada.’
A tecnologia LonWorks para automação predial, aponta o professor Cugnasca, é aberta e pode ser usada por qualquer empresa ou pesquisador. ‘Na Poli, serão desenvolvidos módulos e aplicações adequados às necessidades brasileiras’, declara. O professor ressalta que o sistema usa diversos meios de comunicação para se conectar em rede, como par trançado de fios ou fibra ótica. ‘Podem ser empregados também rádio, infravermelho ou a própria rede elétrica, reduzindo custos de instalação e minimizando intervenções nos prédios, especialmente em construções históricas ou tombadas.’
Carlos Eduardo Cugnasca observa que os módulos doados pela Schneider Electric serão usados ainda este ano para os projetos de fim de curso dos alunos de graduação da Poli. ‘O laboratório dará apoio ao ensino, pesquisa e capacitação em redes de automação’, explica. ‘Além das aplicações prediais e residenciais, também serão desenvolvidos sistemas para uso no agronegócio, como estufas e criação de animais em ambientes confinados, que poderão ser acompanhadas à distância, pela Internet.’
Júlio Bernardes – Agência USP
