USP: Museu de Brinquedo expõe peças raras e curiosas

Acervo encanta crianças e fazem adultos relembrarem a infância

qua, 26/01/2005 - 8h45 | Do Portal do Governo

O Museu do Brinquedo da Faculdade de Educação da USP expõe 500 brinquedos antigos e capricha no colorido do visual para chamar a atenção das crianças. Em seu acervo há desde as bonecas Amiguinha, sonho de consumo das meninas e moças ricas das décadas de 1940 e 1960, acompanhadas de utensílios domésticos em alumínio imitando os usados à época, até o palhaço (de 1911) com mecanismo de bater manual. Outra atração irresistível para a criançada: um pônei, que todos gostam de montar.

O mais antigo, um carro de boi construído por escravos em 1912, cuja estrutura resistente contrasta com a fragilidade das atuais, foi doado por uma família tradicional. Ao olhá-lo, a impressão que se tem é que ainda é possível colocar objetos em cima para que ele consegue carregar. Em oposição a essa solidez, há o boneco com bicicleta, de 1997, encontrado numa feira de Embu, todo colorido, frágil e adaptado aos dias atuais.

“O público grisalho costuma se encantar ao ver expostos na vitrine os objetos com os quais brincavam na infância. É como se retornassem a um passado adormecido. Curiosas, as crianças ficam comparando os brinquedos antigos, que foram usados pelos suas o pais ou avós, com os atuais. Sempre encontram semelhanças e gostam de reforçar as pequenas sutilezas percebidas nas diferenças. A idéia é permitir o contato entre o novo e o antigo”, comenta a educadora do museu, Jany Elisabeth Pereira.

Educar pelo lúdico

Cada vitrine expressa temáticas e períodos diferentes. Há uma só para fogões, réplicad dos originais, usados para imitar a vida adulta. Há também um piano original da Estrela, de 1974 e, ainda, a prateleira do Gênius com jogos de piões, dominó e baralhos que se destaca por seu visual moderno e arredondado. Os bonecos da década de 1980 pertencentes às séries Comandos em Ação, cujo ícone é o Falcon, são muito lembrados pelos meninos.

A idéia é que ao dividir o acervo – formado a partir de doações – em questões sociais, culturais, econômicas, o museu possa contribuir no processo educativo que inclui o lúdico como parte da formação do indivíduo. Além dos brinquedos, há também exposição de fotos de alunos que estudaram no Colégio Caetano de Campos, entre 1920 e 1940, com uma professora que utilizava o lúdico na educação.

No espaço externo ao museu, os monitores organizam atividades de lazer Incentivam as crianças a participar das brincadeiras tradicionais de roda ou indígenas como forma de aprendizado de conceitos como afetividade, confiança e disciplina. Jany observa que as crianças da periferia desconhecem muitos brinquedos e brincadeiras, enquanto as de famílias de bairros mais nobres têm dificuldade de brincar em equipe e entendem tudo de objetos motorizados e com tecnologia mais apurada.

Serviço

O Museu do Brinquedo fica na Av. da Universidade, 308, Bloco B1, sala 38, na Cidade Universitária, em São Paulo.
Horário: de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas
Agendamento de escolas ou grupos pelo tel. (11) 3091-2352

Por Claudeci Martins, Da Agência Imprensa Oficial

C.C.