USP: Instituto de Física de São Carlos cria dispositivo para tratamento de câncer de pele

Trata-se de um dispositivo à base de LEDs

qua, 06/08/2003 - 21h59 | Do Portal do Governo

O tratamento de câncer de pele tem novo agente. Trata-se de um dispositivo à base de LEDs (Light Emitting Diodes), o Protótipo C PDT– LED 1, como fonte alternativa ao laser. O experimento foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Física da USP de São Carlos.

O aparelho possui diodos emissores – dispositivos eletrônicos que contêm somente dois eletrodos: o catodo e a placa. Esses dispositivos emitem luz vermelha, específica para a ativação do fotossensibilizador da Terapia Fotodinâmica, ou Photodynamic Therapy (PDT).

Segundo a biomédica Juliana Ferreira, integrante da equipe de cientistas, o LED 1 abre nova alternativa ao tratamento fototerápico, que tem como principal indicação lesões de câncer de pele não-melanoma.

A técnica envolve a administração sistêmica de um agente fotossensibilizador no paciente. Após um tempo de espera entre 24 a 36 horas, há a iluminação da região afetada, desencadeando uma série de reações que levam à morte celular neoplásica, ou seja, cancerígenas.

A medicação concentra-se preferencialmente em células neoplásicas, no entanto, o paciente deve evitar exposição solar por um período de até 30 dias, uma vez que apresentará fotossensibilidade dérmica.

Usualmente a fonte de luz empregada para a ativação da medicação é o laser, sistema com alto custo, podendo variar entre 50 a 200 mil dólares, dependendo das suas características. “Já o valor do protótipo estará entre 10 a 15 mil reais”, conta a biomédica.

O aparelho, desenvolvido em um ano e meio, é atualmente utilizado no Hospital Amaral Carvalho, que atende pelo SUS, em Jaú e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto. Porém, para a sua comercialização necessita da finalização dos testes e autorização da Vigilância Sanitária.

Compõem a equipe responsável pelo LED 1 os físicos e docentes da USP, Vanderlei Salvador Bagnato, Luis Gustavo Marcassa e Márcio Vital de Arruda, a cirurgiã-dentista Cristina Kurachi, a biomédica Juliana Ferreira e de Ribeirão Preto, a médica e também docente da USP, Cacilda Silva Souza.

Mais informações: (16) 273-9823, ramal 222, com Juliana Ferreira.

Marcelo Gutierres – Agência USP
-C.M.-