USP: Incor avalia qual a melhor técnica para tratar cardíacos

Estudo explicita a necessidade de avaliar o caso do paciente cardiopata para escolher intervenção mais adequada

qui, 10/03/2005 - 10h09 | Do Portal do Governo

Do Portal da USP

‘Nos últimos cinco anos, mais de mil casos de cardiopatas submetidos às três terapias foram estudados pelo Incor. É a primeira vez que as três técnicas são avaliadas comparativamente e durante um longo período de tempo.’

Medicamentos, cirurgia, angioplastia: o melhor tratamento para pacientes com problemas cardíacos pode variar de acordo com cada caso. O Medicine Angioplasty Surgery Study (MASS), estudo de pesquisadores do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Incor-HCFMUSP), constatou que o tratamento clínico, com medicamentos, pode ser tão bom quanto a cirurgia, e até uma melhor estratégia que a angioplastia.

As conclusões foram diferentes para cardiopatas diabéticos, no entanto: a cirurgia apresenta melhores resultados. O médico do Incor Whady Hueb, coordenador do MASS, aponta a necessidade de uma avaliação adequada do paciente antes da adoção de um tratamento mais invasivo, como a cirurgia e a angioplastia.

Nos últimos cinco anos, mais de mil casos de cardiopatas submetidos às três terapias foram estudados pelo Incor. É a primeira vez que as três técnicas são avaliadas comparativamente e durante um longo período de tempo. Os participantes do estudo apresentam perfil específico, correspondente à maioria dos cardíacos acima de 60 anos: obstrução de mais de uma artéria. Além disso, possuem angina (dor no peito) estabilizada e ventrículo direito com capacidade de contração preservada.

Estatísticas

O estudo mostrou que a mortalidade foi ligeiramente menor no grupo clínico: 2%. O grupo da angioplastia apresentou mortalidade de 5%, e o da cirurgia, 3%. No mesmo período, 5% dos pacientes que foram tratados exclusivamente com medicamentos tiveram infarto, contra 9% do grupo de angioplastia e 3% no cirúrgico. A presença de dor no peito, indicativa de angina, é mais recorrente no grupo de angioplastia (25%) e menos no grupo clínico (13%) e cirúrgico (6%).

Hueb explica que o controle e o tratamento dos fatores de risco, como diabetes, colesterol alto, hipertensão arterial, sedentarismo e tabagismo, é essencial para retardar a evolução e o agravamento da doença. Além disso, são medidas de eficácia comprovada a dieta alimentar saudável, com alimentos pobres em gorduras saturadas (frituras e embutidos), prática constante e orientada de exercícios físicos e abandono do cigarro, além do acompanhamento médico.

Mais informações podem ser obtidas no site www.usp.br/agen
V.C.