USP: Hospital das Clínicas muda marcação de consultas e amplia rede de atendimento

Será a partir de 1º de agosto

ter, 12/07/2005 - 19h53 | Do Portal do Governo

A partir de 1º de agosto, o Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) vai mudar seu sistema de marcação de novas consultas no Instituto Central, setor de maior movimento do complexo hospitalar.

O agendamento de consultas com médicos – especialistas ou não – ficará a cargo das Unidades Básicas de Saúde do município, que informarão um callcenter da Secretaria de Estado da Saúde sobre a necessidade de encaminhamento do paciente. Depois de analisar as vagas disponíveis, o callcenter irá agendar a consulta e avisar a data e o horário ao paciente, de acordo com a gravidade da doença e a proximidade da vaga disponível.

Assim, segundo informou a assessoria de imprensa do HC, a decisão de repassar o atendimento de casos menos graves ou complexos às Unidades Básicas de Sáude (UBS) será mantida. Ainda de acordo com a assessoria, a diretoria do HC negou a informação veiculada na imprensa nesta terça-feira (12), de que o Hospital recuou em sua decisão – ou seja, que atendimentos de baixa complexidade, como consultas com clínicos gerais ou ginecologistas, continuariam sendo efetuados na unidade até dezembro.

Agilizar atendimentos

Atualmente, o atendimento no Instituto Central do HC é feito por um telefone, que será desativado depois da mudança. Além de priorizar os casos mais complexos, o objetivo do hospital é agilizar e ampliar o número de atendimentos. Hoje, cerca de 60% das consultas ambulatoriais realizadas no HC são referentes a casos de baixa e média complexidade, que poderiam ser atendidos em postos de saúde ou em ambulatórios de especialidades.

Além de diminuir o tempo de espera para a consulta destes pacientes, o hospital pretende ampliar de 3,8 mil para 10 mil o número de atendimentos considerados mais urgentes ou de maior complexidade, de acordo com a recomendação do Sistema Único de Saúde (SUS). No total, a Secretaria da Saúde, por meio de seus 13 ambulatórios de especialidades, irá disponibilizar mais 30 mil consultas para os usuários do SUS, elevando-se assim de 106 mil para 136 mil consultas por mês.

O HC é uma unidade que atende casos de pacientes com doenças mais graves (como câncer) e/ou de tratamento mais complexos (como a cirurgia de redução de estômago). ‘A grande demanda do Instituto Central tem dificultado o acesso dos pacientes que realmente precisam dos recursos disponibilizados no Hospital das Clínicas’, afirma o superintendente do HC, José Manoel de Camargo Teixeira. ‘Estamos criando um sistema racional que traz benefícios para toda a população. O usuário tem a garantia do atendimento médico especializado, seja nos 13 ambulatórios estaduais ou, em casos mais graves, no próprio HC’, afirma Teixeira.

Modelo semelhante foi implementado pelo HC da Unicamp, em Campinas. Em 2004, o hospital reorganizou todo o atendimento no pronto-socorro e ambulatório, estabelecendo um programa de triagem denominado ‘classificação de risco’ e priorizando o atendimento das urgências médicas. Com isso, o HC de Campinas pôde direcionar mais recursos para os procedimentos considerados estratégicos, como transplantes, cirurgias de obesidade mórbida e oncologia.

De acordo com comunicado da Secretaria de Estado da Saúde, esta mudança vem sendo planejada entre as secretarias estadual e municipal de Saúde e o Hospital das Clínicas há cerca de dois anos. O comunicado ainda diz que ‘os casos que estão em tratamento no Hospital das Clínicas continuarão sendo atendidos na unidade até que todo o processo de informatização das UBSs do município seja concluído e permita a contra-referência de alguns pacientes’.

Da Redação – Agência USP