USP: Física de São Carlos pesquisa produção de sensores na área de nanotecnologia

Dispositivos podem ser usados para análise de paladar, de gás e líquidos

ter, 11/05/2004 - 13h18 | Do Portal do Governo

Uma nova geração de sensores ultra-sensíveis capazes de diferenciar nuances na composição de líquidos e de gases deverá invadir o mercado no futuro próximo no rastro dos avanços da nanociência e da nanotecnologia. São áreas que investigam as propriedades dos materiais na escala de 1 a dezenas de nanômetros, equivalente ao nível atômico ou molecular (1 nanômetro corresponde a 1 milímetro dividido por 1 milhão).

No coração desses dispositivos estão películas finíssimas chamadas de filmes nanoestruturados, com apenas algumas moléculas de proteína, por exemplo. São produtos que estão no centro dos estudos de um grupo de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).

‘A perspectiva de uso desses dispositivos é ampla, vai de sensores para análise de paladar, de gás e de líquidos até dispositivos eletroluminescentes, como telas de computador e de televisão, memórias ópticas, materiais holográficos e nanorreatores, mini-equipamentos ideais para reações químicas em ambientes muito controlados, com poucas moléculas, e que podem ser usados, por exemplo, na produção de baterias de celulares’, explica o físico Osvaldo Novais de Oliveira Júnior, coordenador do Grupo de Polímeros do IFSC, que possui vários projetos nessa área, muitos em cooperação com instituições do país e do exterior.

O campo dos sensores dotados desses filmes nanométricos é extenso, mas basicamente a maneira de seu funcionamento envolve a imobilização de uma determinada proteína (sobre um material sólido sem que perca as suas propriedades) utilizada para detecção de substâncias que reagem especificamente com ela.

O material sólido no caso é um polímero chamado de dendrímero, possuidor de estruturas globulares e providas de poros que encapsulam as proteínas sem a perda de suas atividades. Com essa técnica, uma das pesquisas do grupo, em associação com o Instituto de Química da USP, levou à produção de biossensores para detecção de glicose no sangue – o estudo foi aceito para publicação na revista Biosensors and Bioelectronics, da editora holandesa Elsevier.

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Por Yuri Vasconcelos, da Agência FAPESP