USP: Faculdade de Medicina cria homem virtual

A computação gráfica reproduz movimentos das partes internas e externas do corpo humano

sex, 28/11/2003 - 13h13 | Do Portal do Governo

Pacientes podem visualizar na tela do computador o que ocorre com seu corpo durante uma cirurgia ou tratamento. É o programa Homem Virtual, criado pela Faculdade de Medicina da USP, no âmbito da disciplina denominada Telemedicina. O programa tem recursos de computação gráfica, que mostram imagens tridimensionais, reproduzindo com fidelidade movimentos e texturas do corpo, interna e externamente, inclusive de estruturas celulares. Exibe ainda disposição exata dos órgãos, músculos, tecidos e artérias.

Esses softwares, chamados CDDs (Comunicação Dinâmica e Dirigida), são produzidos por profissionais de ciências da computação, após estudos acompanhados por médicos. Um dos objetivos é auxiliar os pacientes durante as consultas, no pré e pós-operatório. Eles sentem-se mais seguros e aceitam melhor o tratamento depois de visualizar as alterações provocadas pelas doenças e a atuação dos medicamentos e das intervenções cirúrgicas.

Os programas da Telemedicina facilitam a tarefa dos médicos que precisam explicar, de maneira simples e objetiva, a doença aos seus pacientes. Os CDDs podem ainda ser utilizados em campanhas de prevenção.

Educação médica

A conversão do conhecimento médico-científico em linguagem gráfica também facilita a comunicação entre professores e estudantes de medicina. Pelo dinamismo, os programas tornam-se importante complementação ao ensino médico convencional, baseado apenas em métodos estáticos, como aulas descritivas, livros e autópsias.

O professor György Miklós Böhm, responsável pela Telemedicina, diz que tecnologia e medicina são indissociáveis. Médicos e profissionais de saúde devem estar preparados para atuar em cirurgias robóticas, assistir pacientes à distância e especializar-se na utilização de tecnologias. “O uso de modelos virtuais, já nas faculdades, insere o aluno de medicina nesse contexto’, afirma o professor.

Desde o ano passado, modelos virtuais são empregados na especialização à distância de médicos fisiatras. Os cursos, sobre reabilitação de amputados e escola postural, foram ministrados para profissionais de Londrina, Porto Alegre, Recife, Maceió, Salvador, Rio de Janeiro e do Interior de São Paulo (Sorocaba, Jundiaí, Botucatu). Programas do homem virtual também foram distribuídos para médicos das Sociedades Brasileiras de Dermatologia e Urologia.

Vanessa Haddad Da Assessoria de Imprensa da FM/USP
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)