Da Agência Imprensa Oficial e Agência USP
A doença de Alzheimer é responsável por aproximadamente 60% dos casos de demência no mundo e atinge principalmente idosos. A farmacêutica Heluih Ata Abdallah pesquisou os fatores de risco genéticos, que poderiam facilitar o aparecimento da patologia, com o objetivo de possibilitar um diagnóstico precoce da doença.
Autora da dissertação Estudo de Fatores Genéticos Associados à Doença de Alzheimer de Início Tardio, apresentada na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, a pesquisadora informa que o diagnóstico mais eficiente que existe, o histopatológico, não auxilia o paciente em vida, pois é feito na autópsia. “Quanto mais cedo for identificada a doença, melhor será a qualidade de vida do portador”.
Observando e estudando 650 idosos num asilo, na cidade de São Paulo, que concordaram em participar da pesquisa, foram selecionados 28 portadores da doença. Outros 56 idosos não-doentes fizeram parte do grupo controle. Todos os portadores de Alzheimer a tinham em sua manifestação tardia, ou seja, depois dos 65 anos.
Foi feita uma análise das alterações no gene da proteína relacionada ao receptor da lipoproteína de baixa densidade (LRP) e no gene da presenilina-1. Em ambos os casos não se verificou associações à Alzheimer. “Isso quer dizer que, na população brasileira, caucasiana e idosa, a alteração desses genes não têm influência sobre a manifestação da doença”, diz a pesquisadora.
Riscos genéticos
O trabalho, inédito no Brasil, faz parte das pesquisas do Laboratório de Biologia Molecular Aplicado ao Diagnóstico da FCF, em convênio com um grupo da Santa Casa. Pesquisadores da equipe encontraram, observando a mesma população, outros fatores de riscos genéticos que podem causar Alzheimer tardio.
Fatores não-genéticos, chamados ambientais, também podem influenciar na manifestação da doença: tabagismo, hipotireoidismo, idade, depressão, trauma craniano, hereditariedade em Alzheimer, Parkinson e Síndrome de Down e pertencer ao gênero feminino.
(AM)