USP: Estudos do CEBIMar avaliam espécies de peixes ornamentais

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ter, 25/03/2003 - 19h32 | Do Portal do Governo

Dentre as várias pesquisas desenvolvidas no Centro de Biologia Marinha (CEBIMar) da USP, algumas vêm se dedicando à avaliação da exploração comercial de peixes ornamentais e ao aperfeiçoamento da pesca, incentivando com isso uma postura de proteção ao meio ambiente.

O biólogo Eduardo Bessa Pereira da Silva, do Instituto de Biociências (IB) da USP, trabalha desde o ano passado com a família dos peixes chamados Pomacentrídeos, espécie ornamental de grande interesse no Brasil e no exterior, estudando seu comportamento e aspectos da biologia.

Uma vez por mês, Eduardo Bessa vai ao CEBIMar para proceder à coleta. ‘Quando mergulho, procuro verificar, por exemplo, se o macho está protegendo a desova e a defendendo dos predadores’, diz, acrescentando que observa especialmente três espécies, todas bem representativas do litoral paulista e batizadas com nomes populares: ‘sargentinho’, muito comum; ‘donzela’, muito agressiva; e ‘donzela marron’, que tem ecologia reprodutiva diferente das outras, de superfície e difícil de encontrar.

A dissecação, histologia e análise de dados são feitas por Eduardo Bessa no IB. Os resultados deverão render-lhe uma dissertação de mestrado, além de publicações em revistas especializadas. O projeto vem sendo realizado com uma bolsa do CNPq. Por se tratar de peixes ornamentais, esses animais apresentam importante papel econômico no aquarismo. Se forem bem estudados, poderão ser criados em cativeiro. ‘As lojas de peixes os conseguem sem licença. Geralmente são coletados de maneira inadequada e a maior parte morre em seguida’, denuncia o pesquisador. Os espécimes jovens são os mais cobiçados por suas cores marcantes.

Outro estudo sobre peixes é o de Flávia Borges Santos, também do IB e bolsista da Fapesp. Ela investiga a biologia e a morfologia funcional dos blenióideos, que a população conhece como amboré ou maria-da-toca, de pequeno porte que vivem no costão. A cada três meses, Flávia vai ao CEBIMar para dar continuidade a suas pesquisas: ‘coleto e trago os animais para o laboratório para análise morfológica, utilizando conceitos de morfometria e ecomorfologia. Assim, posso comparar forma e função, observando as adaptações, e trabalhar com o que vejo em campo. Verifico, por exemplo, se o animal tem nadadeira peitoral que lhe dê postura mais ereta, o que ajuda na corte à fêmea’. Flávia tem por orientadora a diretora do CEBIMar, Eleonora Trajano.

Da Redação, Agência USP
Colaborou Miguel Glugoski, do Jornal da USP