Quinze alunos estrangeiros, com bolsas fornecidas pela União Européia, estão no Departamento de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da USP, participando de um curso básico sobre o Método dos Elementos de Contorno, voltado à resolução de problemas mecânicos. A visita é parte do Programa América Latina – Formação Acadêmica (ALFA), que envolve universidades européias e latino-americanas. Da USP, na área de Engenharia, participam a EESC e a Escola Politécnica (Poli).
O organizador do programa na EESC, professor Wilson Sergio Venturini, informa que seis instituições européias e seis latino-americanas (de cinco países) estão envolvidas. A União Européia é responsável pela maior parte do financiamento e pelo fornecimento de bolsas pelo programa. A iniciativa é voltada a estudantes de pós-graduação (mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos), que têm a oportunidade de realizar cursos e fazer parte de suas pesquisas em instituições estrangeiras.
Com exceção de um aluno português, os estudantes que estão em São Carlos são, em sua maioria, de universidades latino-americanas. Cada um deles recebeu da União Européia uma bolsa de € 1.000 (mil euros). O curso começou no dia 3 de outubro e será encerrado nesta sexta-feira (28).
Duas fases
Venturini explica que o programa foi dividido em duas fases. A primeira teve início em 2003 e foi encerrada neste ano. ‘Ela foi dedicada ao estabelecimento de contatos, discussões e reuniões sobre pesquisas em andamento. Nessa etapa, não houve o envolvimento de estudantes’, conta o professor. A segunda fase foi iniciada em junho deste ano e inclui o intercâmbio de alunos, com o fornecimento de bolsas e apoio a pesquisas mais ‘focadas’, como define Venturini.
A maior parte das bolsas é fornecida por seis ou doze meses. Segundo o professor, no ano que vem serão oferecidos três cursos de Engenharia avançada na Europa – na Alemanha, na Áustria e na Espanha. Além disso, seis estudantes brasileiros (da EESC e da Poli) receberão bolsas de intercâmbio, e oito alunos europeus estão na USP para desenvolver parte de suas teses.
Dois alunos da Poli e um aluno de São Carlos já participaram do programa. Para Venturini, as vantagens estão, sobretudo, na obtenção de contatos com pesquisadores estrangeiros. ‘Mesmo com o retorno dos alunos ao Brasil, o contato com os pesquisadores e professores orientadores costuma permanecer. O programa ALFA possibilita uma maior interação com a Europa e mesmo no interior da América Latina’, avalia o professor. ‘Acredito que, mesmo com o encerramento do programa – previsto para 2007 – os contatos serão mantidos.’
ALBAN
O professor também ressalta a participação de pós-graduandos no Programa de Bolsas de Estudo de Nível Superior para a América Latina (Alban), oferecido pelo Serviço de Cooperação da Comissão Européia (EuropeAid). O programa de intercâmbio foi iniciado em 2003 e está com inscrições abertas para 2006 e 2007. ‘Temos uma aluno participando e um segundo já com bolsa para ser implementada’, informa Venturini.
Flávia Souza, da Agência USP
M.J.