Os 250 mil metros quadrados da Gleba 1 e o um milhão de metros quadrados da Gleba 2 da USP Leste serão palco de um grande programa de gestão ambiental – que já dá seus primeiros passos. ‘A gestão ambiental vai se apoiar em três pontos, totalmente integrados’, explica o professor Wanderley Messias da Costa, prefeito do Campus da Capital e integrante da Comissão Central da USP Leste.
O primeiro ponto diz respeito à gestão dos terrenos da USP Leste. Isso inclui o monitoramento constante – que já está sendo feito – da qualidade do solo, do sub-solo e das águas. Em breve, uma parceria com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, permitirá também o monitoramento da qualidade do ar.
O programa prevê a recuperação e o adensamento das matas ciliares, comuns na região. Isso envolve o projeto paisagístico, todo baseado em espécies da flora brasileira, muitas das quais típicas da Mata Atlântica. ‘Outro ponto importante é o projeto piloto de reuso da água’, lembra o professor Costa. A água da chuva será captada e passará por uma pequena unidade de tratamento, para ser utilizada no campus. Também serão implantados projetos como o PURE (Programa para Uso Eficiente da Energia), o PURA (Programa para Uso Eficiente da Água) e o USP Recicla.
O segundo ponto é a criação do bacharelado em Gestão Ambiental, um dos dez cursos da USP Leste com início em 2005. A idéia é formar um profissional com visão ampla, capaz de identificar e buscar soluções para problemas ambientais que ocorrem em uma realidade complexa, envolvendo não apenas a fauna e a flora, mas aspectos culturais, econômicos e sociais. ‘Nosso curso de Gestão Ambiental será muito focado nas questões relacionadas ao ambiente nos grandes centros urbanos e industriais’, comenta o professor Wanderley da Costa.
Gestão Ambiental
Para completar o tripé do programa, será feito até o final de 2004 o projeto de criação do Centro de Pesquisas Integradas sobre Meio Ambiente Urbano – que será construído na Gleba 2. Seu principal foco de atuação será o estudo de problemas de contaminação no ar, no solo e na água, com abordagem multidisciplinar. O Centro estará capacitado a identificar, caracterizar, classificar e avaliar os impactos ambientais urbanos e urbanos-industriais na região metropolitana de São Paulo e na Bacia do Alto Tietê. Também será um espaço para o desenvolvimento de métodos e tecnologias para a recuperação ambiental.
Além de ensino e pesquisa, o Centro terá ainda uma frente voltada para a extensão universitária, prestando serviços para a comunidade, ONGs, governos e empresas. ‘Pretendemos capacitar recursos humanos, fazer análises de impactos ambientais, propor projetos de gestão ambiental, entre outras coisas’, afirma o professor. ‘Esse centro pode se tornar referência nacional no que se refere ao desenvolvimento de parâmetros técnicos para gestão ambiental em áreas metropolitanas. É isso o que queremos.’
Márcia Blasques, Da Agência USP
M.J.
