USP: Centros de pesquisa recrutam voluntárias para estudos com o adesivo anticoncepcional

Produto já passou por testes técnicos suficientes de eficácia, e o mecanismo é semelhante para todas as mulheres

seg, 22/12/2003 - 16h41 | Do Portal do Governo

O professor Rui Ferriani, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, coordena uma pesquisa sobre a aceitação do adesivo anticoncepcional, lançado em maio deste ano no Brasil. Estão envolvidos 20 centros de pesquisa em todo o País, em parceria com a empresa fabricante do produto, a Janssen-Cilag, da Johnson & Johnson. Devem participar 500 voluntárias, que serão acompanhadas por seis meses usando o adesivo.

‘Funciona da mesma forma que a pílula, mas há a vantagem de que não é preciso se lembrar de tomar um comprimido todo dia, mas trocar o adesivo semanalmente. O esquecimento faz o risco de gravidez teórico de 0,7 % subir para 5 % na prática’, diz o professor. Um problema seria o do descolamento, mas Ferriani diz que pesquisas nos Estados Unidos demonstraram que isso ocorre em menos de 4 % dos casos. ‘Mesmo assim, é bom checar como isso fica no Brasil, onde o clima é mais quente e as pessoas nadam mais’.

Outra vantagem do adesivo é que ele lança os hormônios diretamente na corrente sangüínea, ao invés de passar pelo fígado – caso da pílula – , o que evita efeitos colaterais ainda indeterminados na pressão arterial e na reposição hormonal, de acordo com o professor. ‘E a usuária não sente nada’, completa.

‘Vamos checar os possíveis efeitos colaterais, a aceitação do produto, além da própria ocorrência de gravidez’, diz Ferriani. As pesquisas estão em diferentes fases, dependendo dos centros; em Ribeirão Preto, a fase de recrutamento deve acabar em fevereiro, terminando todo o processo em meados do ano que vem.

Segurança

‘O produto já passou por testes técnicos suficientes de eficácia, e o mecanismo é semelhante para todas as mulheres’, diz Rodrigo San Martin, gerente de franquia da linha feminina da Janssen. ‘A questão principal é a aceitação do método, pois há diferenças culturais, como a de que as mulheres no Brasil vestem menos roupa que nos Estados Unidos; e verificar se a brasileira utilizaria o adesivo com mais eficácia, por exemplo’, explica ele.

Os testes de lançamento incluíram até mesmo mulheres em regiões mais quentes, como a Califórnia, e em saunas, com resultados satisfatórios, segundo San Martin. ‘O Brasil foi o primeiro país depois dos Estados Unidos onde se lançou o adesivo, com a devida aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) após o envio dos estudos.’

Quem quiser ser voluntária para o projeto pode se informar na central de atendimento da Janssen-Cilag sobre os centros de pesquisa no Brasil, espalhados por todas as regiões. A única restrição é ter menos de 90 kg. O telefone é 0800-7011851.

Mais informações: raferria@terra.com.br, com o professor Rui Ferriani, ou (11) 5571-1088, na assessoria de imprensa da Janssen-Cilag

Maurício Kanno – Agência USP