Da Agência USP de Notícias; colaborou Miguel Glugoski, do Jornal da USP
Além das pesquisas em laboratórios, o Centro de Biologia Marinha (CEBIMar) da USP, localizado em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, tem como tarefa promover a conscientização ambiental. Atualmente, é grande o número de moradores da região ou mesmo turistas que procuram o centro para atendimento a animais encontrados na orla marítima.
O CEBIMar também realiza a conservação de animais mortos para encaminhamento ao Museu de Zoologia da USP ou a outras instituições de ensino e pesquisa que façam uso desse material. O Centro possui atualmente nove pingüins-de-magalhães, um filhote de golfinho, um filhote de lobo-marinho, um socó e cinco tartarugas marinhas congelados aguardando transferência para o museu.
Os animais com chance de sobrevivência são mantidos no Centro até posterior encaminhamento para aquários, zoológicos ou um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). Em alguns casos, o animal poderá também ser retornado ao seu habitat natural ou mantido permanentemente em cativeiro no CEBIMar.
Parcerias
O atendimento feito às tartarugas-marinhas encontradas conta com a colaboração do Projeto Tamar, instituição que visa a preservação da espécie. Além do CEBIMar, o Tamar trabalha em conjunto com a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP. A ação do CEBIMar consiste basicamente na coleta de dados sobre tartarugas infectadas pelo vírus papiloma, responsável por muitas mortes na espécie.
O CEBIMar também realiza a divulgação à imprensa de fenômenos ocorridos no litoral que possam interessar aos meios de comunicação. O Centro foi o responsável pelo registro, realizado exclusivamente, de 12 baleias orcas que estavam no canal de São Sebastião, em novembro do ano passado.
O primeiro registro de um elefante-marinho no litoral norte paulista também foi documentado pelo CEBIMar em 2002. Nesses casos, os dados são fornecidos, também, a pesquisadores do Brasil e do exterior que trabalham com mamíferos marinhos, uma forma de colaborar com pesquisadores que atuam em outras áreas da biologia marinha.
O Centro realiza ainda um trabalho de conscientização da importância dos poucos remanescentes de manguezal da região, como a Praia do Araçá, situada ao lado do porto de São Sebastião, abrigando uma fauna característica e espécies não encontradas em outros ecossistemas. ‘A praia lodosa do Araçá, com seu manguezal, é uma das razões para o CEBIMar estar localizado aqui’, diz o biólogo do Centro Cláudio Tiago, lembrando que até pesquisadores estrangeiros já a utilizaram como local de coleta de material para pesquisas.
Este trabalho desenvolvido pela USP em São Sebastião pretende desenvolver uma postura de proteção ao meio ambiente e à vida. Aos poucos, a população residente e turista está tomando consciência das atividades de ensino e pesquisa realizadas no CEBIMar, tornando-se aliada da instituição no sentido de preservar a área e manter intactos os equipamentos utilizados na tomada de dados no ambiente.
Mais informações: (0XX12) 462-6455
V.C.
