USP: Câmara de Teletermografia deve iniciar testes em hospitais em fevereiro

Protótipo inicial da Câmara de Teletermografia foi apresentado em maio de 2003

seg, 05/01/2004 - 19h41 | Do Portal do Governo

Uma máquina que faz imagens do calor, segundo sua intensidade, muito utilizada por hospitais para diagnósticos, logo deve ter uma versão nacional. Desenvolvida no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, deve ser comercializada por cerca de US$ 12 mil, sendo que o Brasil importa o equipamento por US$ 60 mil.

O protótipo inicial da Câmara de Teletermografia foi apresentado em maio de 2003, mas, segundo o professor Luiz Antonio de Oliveira Nunes, responsável pelo equipamento, já há uma terceira versão que é muito próxima de um produto a ser lançado no mercado. ‘Ela tem mais sensibilidade e seu tempo de resposta melhorou bastante’, afirma ele. O próximo passo é firmar parcerias e realizar testes em hospitais, o que deve ser feito em fevereiro.

Segundo o professor, a Câmara permite aplicações principalmente em diagnóstico médico, como para tumores cancerígenos, lesões por esforço repetitivo (LER) e diabetes. ‘O tumor e a inflamação aumentam o metabolismo e o calor na área, o que é detectado pelo aparelho. Dessa forma, ele prevê os problemas de forma mais fácil e rápida’, conta Nunes. Quanto ao diabetes, há casos em que membros chegam a apodrecer, e o aparelho detecta a redução de circulação, pela falta de calor.

Mas há também um grande potencial de uso na indústria, de acordo com o físico, otimizando o consumo de energia em motores e refrigeradores, pois é possível detectar se está havendo perda de calor. É possível até mesmo prever o rompimento de cabos.

Funcionamento

Não se trata de uma câmara em que se entre, como no ultra-som. A câmara, um objeto que se pode deixar em cima de uma mesa, capta à distância as ondas infravermelhas emitidas pelo corpo, que não podem ser vistas pelo olho humano.

Esses sinais são analisados e transformados numa imagem, que aparece na tela de um computador conectado ao aparelho. Mas as cores não são reais, elas mudam conforme a temperatura. Uma vantagem da câmara é que ela não emite radiação, como nos exames de raios X, podendo ser usada quantas vezes for necessário.

Mais informações: (16) 273-9835 ou pelo e-mail