USP: Associação de estudantes desperta ideais empresariais na Poli

Poli Júnior presta consultoria e desenvolve projetos em qualquer área da engenharia para pessoas físicas, micro e pequenas empresas

ter, 02/03/2004 - 10h19 | Do Portal do Governo

Uma organização formada por alunos de Engenharia, sem fins lucrativos, com objetivo de incentivar a realidade empresarial entre os estudantes. Este é o lema da Poli Júnior, criada em 1989 e administrada por universitários da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. “Prestamos consultoria e desenvolvemos projetos em qualquer área da engenharia para pessoas físicas, micro e pequenas empresas”, assegura o diretor-presidente da Poli Júnior, Guilherme Ferracin Vitolo, de 19 anos, do terceiro ano do curso de graduação em Sistemas Eletrônicos.

Atualmente, a empresa congrega 60 estudantes, todos da Poli, condição essencial para ser membro. Vitolo explica que o trabalho de consultoria é gratuito, porém o desenvolvimento de projeto é pago. “É assim que conseguimos manter o funcionamento da Poli Júnior”. Ele conta que a organização é autônoma. Os alunos membros não recebem remuneração nem há subvenção de qualquer espécie da USP ou de professores. “Temos apenas uma sala na escola para nossas reuniões”, diz.

Oportunidades de estágio

Dezenas de empresas da iniciativa privada participam de uma feira anual organizada pela Poli Júnior, sempre no mês de agosto. Por meio de simpósios e workshops, elas apresentam seus produtos e serviços aos futuros engenheiros. “Às vezes, os alunos conseguem estágio nestas empresas”. Ele explica que a iniciativa visa estabelecer contato entre estudantes e profissionais da área de recursos humanos dos expositores. Este ano, o evento está previsto para 18 e 19 de agosto. Em 2002, compareceram 26 companhias. Entre elas, Banco Itaú, Unibanco, Unilever e C&A.

A Poli Júnior tem parcerias para realização de outros eventos destinados aos alunos, como a que mantém com o grupo francês Altran, especializado em engenharia industrial e telecomunicações. A companhia oferece treinamento aos universitários da Poli-USP em troca de divulgação.

Desenvolvendo sistemas

A área de informática, notadamente desenvolvimento de softwares, é uma das que mais recebem propostas de projetos na Poli Júnior. Entre os trabalhos, ele cita dois recentes: um sistema de informações para a Locus Business, empresa do setor de eventos e locação de escritórios, e outro para a área de logística e distribuição de mercadorias da Unilever, fabricante de produtos alimentícios e de higiene e limpeza.

A diretoria da Poli Júnior é eleita a cada ano, por alunos da faculdade. Além do cargo de diretor-presidente, há outros cinco diretores para os departamentos de planejamento e controle de projetos, atendimento a clientes, mercado, parte operacional e financeiro-jurídico.

Um portal para pais e portadores de fissura palatal

Atualmente, a Poli Júnior está empenhada em desenvolver um site para a Rede Nacional de Associações de Pais e Portadores de Fissuras Labiopalatais (Renafis). A organização, recém-criada, é uma iniciativa da divisão de serviço social do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo, conhecido como Centrinho, de Bauru (SP).

A assistente-social do Centrinho, Maria Inês Gândara Graciano, idealizadora da rede, explica que o projeto foi bem recebido pelas associações. No Brasil, existem 44 delas, em 14 estados. O site será um portal com informações destas organizações e também sobre a fissura labiopalatal (abertura na região do lábio e do palato), provocada pela falta de fechamento dessas estruturas no período de gestação. O Centrinho é o mais especializado entre os hospitais brasileiros no atendimento e cirurgia a crianças e adultos portadores da anomalia. Tem renome internacional na área.

Maria Inês, há 30 anos no serviço social do Centrinho, é também uma das fundadoras da primeira associação desse tipo no Brasil. Em 1975, empenhou-se na criação da Sociedade Beneficente para a Promoção Social do Fissurado Labiopalatal, a Profis, que funciona até hoje numa sede ao lado do hospital, em Bauru.

Segundo números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há no País 24,5 milhões de pessoas portadores de algum tipo de deficiência, o que representa aproximadamente 14,5% da população. No caso de fissura labiopalatal, estima-se um universo superior a 260 mil pessoas com o problema.

Otávio Nunes
Da Agência Imprensa Oficial

(AM)