USP: Alunos da Poli constroem veleiro de baixo custo para aulas com crianças carentes

Prótotipo do barco deverá estar pronto para testes na represa em meados de agosto

sex, 25/07/2003 - 16h46 | Do Portal do Governo

Projetar e construir um barco a vela com materiais simples e de baixo custo, que possa ser usado em aulas para crianças carentes que vivem às margens da Represa Billings, na Grande São Paulo. Esta é a tarefa que sete alunos de Engenharia Naval da Escola Politécnica da USP (Poli), através do Escritório Piloto de Engenharia Naval do Grêmio Politécnico, estão realizando para a ONG Vento em Popa. O prótotipo do barco deverá estar pronto para testes na represa em meados de agosto.

O professor da Poli Alexandre Simos, que orienta os alunos no projeto, relata que foi procurado por Frederico Rizzo, diretor da ONG, que precisava de um barco com duas velas e capacidade para três crianças de 7 a 12 anos, com custo inferior a 1500 reais. O professor encaminhou a proposta ao Escritório Piloto, para que os alunos execeutassem o projeto. ‘O essencial do barco não é o desempenho, mas seu caráter educativo’, explica Simos. ‘A construção em madeira foi priorizada para que outros barcos semelhantes possam ser construídos pela própria comunidade’.

O barco possui 3,30 metros de comprimento por 1,40 de largura, uma vela mestra e uma vela buja. O casco foi construído em compensado naval, com algumas partes em peróba. O aluno da Poli Alexander Güntert, que participa da construção, aponta que os maiores gastos deverão ser com as ferragens dos mastros (em alumínio) e as velas. ‘O dacron, tecido utilizado em veleiros esportivos, é muito caro’, explica. ‘Por isso deveremos utilizar um material mais simples, à base de nylon’, explica. O Escritório Piloto está procurando patrocínios para auxiliar na construção do veleiro.

Segurança

O aluno Marcos Lanari, que também integra o projeto, explica que a necessidade de baratear os custos e simplificar a construção do veleiro levou os alunos a pesquisarem projetos antigos, que usam materiais mais simples. ‘Depois que o barco estiver pronto, a idéia é disponibilizar o projeto para o livre acesso do público’, diz. Marcos também ressalta que o veleiro foi projetado para o uso de três crianças com o objetivo de estimular o espírito de equipe.

Alexander Güntert explica que houve um cuidado maior com a segurança na elaboração do projeto, pois o barco não pode afundar se virar durante a navegação. ‘Foram projetados compartimentos estanques, que fazem o barco flutuar’, afirma. Os compartimentos deverão ser preeenchidos com isopor, mas serão feitos testes para a utilização de garrafas de plástico (Pet).

O barco está em construção nas oficinas da Poli, e antes do envio para a Billings deverão ser feitos testes na Raia Olímpica da USP no início de agosto. O professor Simos relata que a ONG Vento em Popa tem planos de construir mais oito veleiros semelhantes, na própria região da Billings, permitindo que as crianças atendidas pela ONG também possam aprender trabalhos manuais.

Mais informações: (11) 3091-5340, ramal 259, com Alexandre Simos

Júlio Bernardes – Agência USP