Universidades públicas anunciam ampliação de cursos, vagas e campi

Repasse de verba adicional de R$ 50 milhões proporcionou expansão da oferta

sex, 21/06/2002 - 17h50 | Do Portal do Governo


As universidades públicas paulistas, USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Unesp (Universidade Estadual de São Paulo), anunciaram, nesta sexta-feira, dia 21, no Palácio dos Bandeirantes, a ampliação no número de cursos, vagas e campi.

Os anúncios fazem parte do esforço do Governo paulista de aumentar a oferta de vagas de terceiro grau na rede pública estadual. Em novembro do ano passado, a atual administração anunciou o repasse de verba adicional de R$ 50 milhões às universidades, que já recebem regularmente 9,57% do ICMS do Estado, destinados à expansão de vagas.

Durante a cerimônia, também foram assinados protocolos de intenções entre a Unesp e 136 prefeituras para a implantação do programa Pedagogia Cidadã, que oferece a oportunidade aos professores do Ensino Fundamental da rede pública estadual e municipal que ainda não possuem diploma, de obter formação em pedagogia. Além disso, a USP e a Secretaria Estadual da Ciência e Tecnologia assinaram contrato para o desenvolvimento do Parque de Ciência e Tecnologia no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga. O novo parque voltado à ciência e à tecnologia ficará próximo à área ocupada pela extinta Febem Imigrantes e terá fins educativos, de lazer e de preservação ambiental.

Com o apoio dos recursos adicionais destinados pelo Estado às universidades, a Unicamp, que conta atualmente com quase 26 mil alunos de graduação e pós-graduação, pôde criar mais 495 vagas nos cursos de graduação. De acordo com o reitor Carlos Henrique de Brito Cruz, de 1995 até agora, a Unicamp ampliou o número de vagas em vestibulares para cursos de graduação em praticamente 50%. ‘Estamos passando de 1990 vagas, em 1995, para quase 3.000 vagas com o anúncio de hoje’, afirmou.

Também anunciou a criação de novos cursos nas áreas de enfermagem, fonoaudiologia; ampliação de vagas nos cursos de biologia e engenharia de controle e automação; e vagas adicionais no período diurno do curso de tecnologia de informática do Campus de Limeira. ‘A região de Campinas tem experimentado um desenvolvimento muito importante na área de empresas baseadas em alta tecnologia. Somente as empresas que nasceram da Unicamp já faturam, atualmente, mais de R$ 600 milhões, que é o orçamento da própria universidade. Quer dizer, a Unicamp já foi capaz de produzir riqueza equivalente ao seu orçamento anual’, destacou Cruz.

A Unesp, com cerca de 32 mil alunos de graduação e pós-graduação, também está expandindo a oferta de vagas em cursos já existentes, além de criar novos cursos e novos campi com a verba adicional que recebeu do Estado. Este ano, acrescentou 650 vagas em cursos já existentes. Outras 500 vagas referem-se a implantação de novos cursos em sete cidades que já possuem campus da Unesp. Existe proposta ainda para a criação de 15 cursos, em seis cidades, com oferta de 930 vagas no vestibular de 2003.

São eles: engenharia ambiental no campus de Rio Claro; relações internacionais no campus de Marília; administração e ciências contábeis, no recém-criado campus de São Vicente; fonoaudiologia e fisioterapia no campus de Botucatu; química ambiental, licenciatura em pedagogia e bacharelado em física biológica em São José do Rio Preto; engenharia de alimentos, farmácia e bioquímica, bacharelado em química, engenharia de computação e física, no campus de Assis.

A Unesp prevê também a criação de oito novos campi em municípios que não contam atualmente com universidades públicas. As novas unidades vão oferecer ampliação parcial de mais 320 vagas em 2003 e terão os seguintes cursos: agronomia, na cidade de Registro; engenharia mecânica, automação e controle (mecatrônica), em Sorocaba; ciências ambientais com ênfase em gestão de recursos naturais e marketing ambiental, em Iperó; geografia com ênfase em climatologia, em Ourinhos; engenharia industrial madeireira, no município de Itapeva; administração de empresas e agronegócios, em Tupã; zootecnia em Dracena; e ecoturismo, em Rosana, no Pontal do Paranapanema. Com essas ampliações, a universidade saltará das 5.085 vagas oferecidas no vestibular de 2000 para 6.985 no de 2003, ou seja, acréscimo de mais de 37% no número de vagas.

De 1998 até 2001, a USP, que conta atualmente com 69 mil alunos de graduação e pós-graduação, criou seis novos cursos e 514 novas vagas (cursos novos e já existentes). Com os recursos adicionais concedidos pelo Governo paulista, a universidade criou 11 cursos, nos campi de São Paulo, Ribeirão Preto, São Carlos e Piracicaba, com a abertura de mais 435 vagas, além de 22 vagas novas em cursos já existentes.

Para vestibular de 2003, a USP disponibilizará 415 vagas a mais, com a criação de 12 novos cursos, com 390 vagas, e ampliação de 125 vagas em cursos já existentes. De acordo com o reitor Adolpho Melfi, a criação de novos cursos e a ampliação do número de vagas em São Carlos exigiram a construção de um segundo campus, que abrigará, a partir de 2004, o curso de engenharia aeronáutica (já em funcionamento), que possuirá grandes laboratórios e um angar. ‘Os recursos suplementares alocados pelo Governo do Estado vão permitir que as obras de infra-estrutura sejam concluídas ainda este ano’, afirmou.

Com o novo campus, será possível criar novos cursos de direito, administração, letras, ensino/literatura, design e turismo; extensão multidisciplinar na área de tecnologia, com a criação do Instituto de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica; e a realização de projetos especiais, em parceria com a sociedade, visando apoiar e potencializar o trabalho de grupos de pesquisa no instituto tecnológico, com espaços reservados para empresas instaladas no país para que possam construir laboratórios de pesquisa e desenvolvimento dentro do novo campus.

A USP estuda ainda a implantação de um campus na Zona Leste da Capital, com foco na formação de professores, bacharéis de direito, administradores e profissionais de turismo. Em cerca de 90 dias, as avaliações sobre a viabilidade de criação da nova unidade devem estar concluídas.

Também em 2003, a Universidade de São Paulo pretende anexar a Faculdade de Engenharia Química de Lorena (Faenquil), ligada à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia.

Cíntia Cury