Unicamp: Pesquisador da FEA desenvolve plástico biodegradável

Material plástico alternativo tem potencial de degradação total no meio ambiente

qui, 16/10/2003 - 11h13 | Do Portal do Governo

Depois de quatro anos de pesquisa, Leonard Sebio, do Centro de Pesquisa em Tecnologia de Extrusão da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), da Unicamp, desenvolveu um plástico biodegradável. À base de amido de milho e de gelatina, o material foi testado e aprovado em laboratório. Pode vir a ser um substituto de plásticos sintéticos e de papéis e papelões na fabricação de descartáveis como pratos, copos, bandejas, talheres, pastas de documento, vasos e potes.

O material plástico alternativo tem potencial de degradação total no meio ambiente. O Amidoplast, nome dado ao produto, se decompõe em média 0,25g por dia, ao passo que o plástico sintético pode levar séculos. Leonard Sebio revela que a idéia do material biodegradável surgiu a partir da constatação do crescente acúmulo de lixo, proveniente de plásticos sintéticos que agridem o ecossistema por causa do longo tempo de permanência no ambiente.

‘É preocupante a proliferação dessas embalagens. Apesar de satisfazerem necessidades de custo, formato, conveniência e marketing garantindo proteção para diversos tipos de aplicação, são responsáveis por grande parte de resíduos que se acumulam na natureza’, lamenta Sebio. Artefatos obtidos a partir da nova tecnologia, quando descartados em locais chamados ambientes microbiologicamente ativos (solos, aterros sanitários, rios e lodos ativados), terão maior facilidade de se decompor, podendo se transformar em adubo e melhorar a porosidade e a densidade do solo.

Matéria-prima renovável

O plástico biodegradável pode, eventualmente, ser utilizado como ração para gado e peixes, pois tem capacidade de ser metabolizado nas cadeias alimentares de quaisquer organismos vivos.

O pesquisador lembra, ainda, que a matéria-prima do Amidoplast é abundante e renovável, já que é extraída principalmente de cereais, raízes e tubérculos. ‘É um material bastante promissor.’ Afirma, também, que o custo de fabricação é mais barato, porque há aproximadamente 50% de água na formulação do bioplástico.

A pesquisa de Sebio fez parte de sua tese de doutorado ‘Desenvolvimento de plástico biodegradável à base de amido de milho e gelatina pelo processo de extrusão: avaliação das propriedades mecânicas, térmicas e de barreira’.

O equipamento do centro de pesquisa passou por algumas adaptações para processar o amido de milho e transformá-lo em plástico biodegradável. Mas Leonard Sebio esclarece que esse material pode ser manufaturado em equipamentos tradicionais de processamento de plásticos sintéticos.

Da Agência Imprensa Oficial

(AM)