Depois de quatro anos de pesquisa, Leonard Sebio, do Centro de Pesquisa em Tecnologia de Extrusão da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), da Unicamp, desenvolveu um plástico biodegradável. À base de amido de milho e de gelatina, o material foi testado e aprovado em laboratório. Pode vir a ser um substituto de plásticos sintéticos e de papéis e papelões na fabricação de descartáveis como pratos, copos, bandejas, talheres, pastas de documento, vasos e potes.
O material plástico alternativo tem potencial de degradação total no meio ambiente. O Amidoplast, nome dado ao produto, se decompõe em média 0,25g por dia, ao passo que o plástico sintético pode levar séculos. Leonard Sebio revela que a idéia do material biodegradável surgiu a partir da constatação do crescente acúmulo de lixo, proveniente de plásticos sintéticos que agridem o ecossistema por causa do longo tempo de permanência no ambiente.
‘É preocupante a proliferação dessas embalagens. Apesar de satisfazerem necessidades de custo, formato, conveniência e marketing garantindo proteção para diversos tipos de aplicação, são responsáveis por grande parte de resíduos que se acumulam na natureza’, lamenta Sebio. Artefatos obtidos a partir da nova tecnologia, quando descartados em locais chamados ambientes microbiologicamente ativos (solos, aterros sanitários, rios e lodos ativados), terão maior facilidade de se decompor, podendo se transformar em adubo e melhorar a porosidade e a densidade do solo.
Matéria-prima renovável
O plástico biodegradável pode, eventualmente, ser utilizado como ração para gado e peixes, pois tem capacidade de ser metabolizado nas cadeias alimentares de quaisquer organismos vivos.
O pesquisador lembra, ainda, que a matéria-prima do Amidoplast é abundante e renovável, já que é extraída principalmente de cereais, raízes e tubérculos. ‘É um material bastante promissor.’ Afirma, também, que o custo de fabricação é mais barato, porque há aproximadamente 50% de água na formulação do bioplástico.
A pesquisa de Sebio fez parte de sua tese de doutorado ‘Desenvolvimento de plástico biodegradável à base de amido de milho e gelatina pelo processo de extrusão: avaliação das propriedades mecânicas, térmicas e de barreira’.
O equipamento do centro de pesquisa passou por algumas adaptações para processar o amido de milho e transformá-lo em plástico biodegradável. Mas Leonard Sebio esclarece que esse material pode ser manufaturado em equipamentos tradicionais de processamento de plásticos sintéticos.
Da Agência Imprensa Oficial
(AM)