Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, liderada pela professora Eneida de Paula, desenvolveu um complexo que pode tornar mais solúvel o praziquantel comercial, antiparasitário de baixa solubilidade destinado ao tratamento
de esquistossomose. O complexo foi definido pela união entre o fármaco já existente e a beta-ciclodextrina (veículo usado para aumentar a eficácia do medicamento). O produto está entre as patentes depositadas pela Unicamp, divulgadas pela Agência de Inovação (Inova) da Universidade, e é recomendado a indústrias farmacêuticas envolvidas na produção do medicamento.
O novo composto é uma opção inovadora para o tratamento de parasitoses humanas, pois, ao torná-lo mais solúvel, os pesquisadores conseguiram aumentar a biodisponibilidade do
antiparasitário, permitindo que maior quantidade do fármaco esteja disponível na circulação, aumentando o efeito farmacológico.
O praziquantel tem um amplo espectro de atuação contra todas as espécies do gênero Schistossoma que atingem o homem, e seus efeitos colaterais são passageiros e de pouca intensidade, ocorrendo principalmente dores abdominais, cefaléia e sonolência.
No Brasil, ele vem sendo utilizado como segunda droga de escolha no tratamento de esquistossomose. Sua encapsulação em veículos como a ciclodextrina pode melhorar a potencialização do efeito terapêutico e o controle da absorção e distribuição tecidual de medicamentos, reduzindo os efeitos colaterais (como a toxicidade local e sistêmica) dos mesmos.